Guy Millière, Institute Gatestone, 5 de Dezembro de 2016
Dr. Guy Millière, professor da Universidade
de Paris,
é autor de 27 livros sobre a França e a
Europa.
Original
em inglês: France on the Verge of Total Collapse
A França não percebeu isso naquela época, mas
montou uma armadilha para si mesma e a armadilha agora está a começar a disparar.
Nos anos de 1970 os palestinos começaram a
usar o terrorismo internacional e a França optou por aceitar esse terrorismo
desde que ela não fosse afectada. Ao mesmo tempo a França acolheu a imigração
em massa do mundo árabe-muçulmano, evidentemente, como parte do desejo
muçulmano de expandir o Islão. A população muçulmana desde então aumentou em
número, porém não se assimilou.
Os levantamentos mostram que um terço dos
muçulmanos franceses querem a aplicação plena da Lei Islâmica (Sharia). Mostram
também que a maioria esmagadora dos muçulmanos franceses apoia a jihad,
especialmente a jihad contra Israel, um país que gostariam de ver varrido da
face da terra.
«É melhor sair do que fugir.» – Sammy
Ghozlan, Presidente da Agência Nacional de Vigilância contra o Anti-semitismo.
Depois foi assaltado e o seu carro incendiado. Ele foi embora.
Villiers também menciona a existência de
«zonas proibidas» com milhares de armas de guerra. Acrescenta que as armas
provavelmente nem sequer serão utilizadas, os islamistas já venceram.
Originalmente os sonhos franceses poderiam
ter sido os de desarticular os Estados Unidos como potência mundial,
distanciá-lo do acesso ao petróleo barato e aos negócios com países islâmicos
ricos em petróleo, além das preces de não terem terrorismo interno.
Em França reina a agitação descontrolada.
«Migrantes» que chegam de África e do Médio Oriente semeiam a desordem e a
insegurança em inúmeras cidades. O enorme bairro de lata, mais conhecido como a
«selva
de Calais», acaba de ser desmantelado,
no entanto outros bairros de lata aparecem de repente todos os dias. Na zona
leste de Paris, as ruas estão cobertas de telhas onduladas, toalhas de plástico
ou de outro material e placas desconjuntadas. Violência é
o lugar comum. As 572 «zonas
proibidas», oficialmente denominadas «áreas urbanas sensíveis»,
continuam crescendo e os policias que se aproximam delas muitas vezes sofrem
as consequências. Recentemente uma viatura da polícia
foi emboscada,
o veículo foi incendiado e os policias foram impedidos de sair. Se forem
atacados, conforme as
ordens dos superiores a indicação é fugir em vez de retaliar.
Muitos policias, furiosos por terem que se comportar como covardes,
organizaram manifestações.
Não houve ataques terroristas desde o assassinato de um
padre em Saint-Etienne-du-Rouvray em 26 de Julho de 2016, mas os
serviços de inteligência sabem que os jihadistas que regressaram do Médio
Oriente estão prontos para atacar e que os
distúrbios podem explodir em qualquer lugar, a qualquer hora, sob
qualquer pretexto.
Apesar de estar sobrecarregado com uma
situação interna que mal consegue controlar, ainda assim o governo francês
intervém em assuntos mundiais: um «estado palestino» ainda é a principal
bandeira, Israel é o seu bode expiatório favorito.
Na Primavera passada, apesar de a França e
dos territórios palestinos estarem em péssimo estado, o ministro das Relações
Exteriores de França Jean-Marc Ayrault declarou que
era «urgente» relançar o «processo de paz» e criar um estado palestino. Por
conseguinte, a França convocou uma conferência internacional realizada em Paris
em 3 de Junho. Nem Israel nem os palestinos foram convidados. A conferência foi
um fracasso. Terminou com
uma declaração insípida sobre a «imperiosa necessidade» de «avançar».
A França não parou por aí. O governo
então decidiu organizar
uma nova conferência em Dezembro. Desta vez juntamente com Israel
e os palestinos. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu observando
que Israel não necessita de intermediários recusou o
convite. Os líderes palestinos aceitaram-o. Saeb Erekat, porta-voz da
Autoridade Palestina congratulou a
França acrescentando, o que não é de se estranhar, que foi a Autoridade
Palestina que «sugeriu» aos franceses a realização da conferência.
Donald Trump agora é o presidente eleito dos
EUA e tudo leva a crer que Newt Gingrich desempenhará um papel-chave na
Administração Trump. Gingrich
destacou há alguns anos que não existe um povo palestino, acrescentando na
semana passada que os ajustamentos não são de modo algum um obstáculo à paz.
Sendo assim, ao que tudo indica, a conferência será outro fracasso.
Diplomatas franceses, no entanto, estão
elaborando juntamente com funcionários da Autoridade Palestina uma resolução
da ONU para reconhecer um estado palestino dentro das «fronteiras
de 1967» (as linhas de armistício de 1949), isso sem nenhum tratado de paz.
Eles têm aparentemente a esperança de que o presidente dos EUA Barack Obama,
ainda no exercício das suas funções, não
use o veto americano no Conselho de Segurança, permitindo a
aprovação da resolução. Não é possível afirmar se Barack Obama vai querer
terminar a sua presidência com um gesto tão flagrantemente traiçoeiro. É quase
certo que o gesto francês não vai ter êxito novamente.
Durante muitos anos a França dá a entender
ter construído toda a sua política externa em cima do alinhamento com
a Organização de Cooperação Islâmica (OIC em inglês): 56 países islâmicos mais
os palestinos. Originalmente os sonhos franceses
poderiam ter sido os de desarticular os Estados Unidos como potência mundial,
distanciá-lo do acesso ao petróleo barato e aos negócios com países islâmicos
ricos em petróleo, além das preces de não terem terrorismo interno. Todas as
quatro esperanças não deram em nada. É óbvio também que a França tem problemas
mais urgentes para resolver.
A França persiste porque está tentando
desesperadamente impor limites aos problemas que provavelmente não podem ser
resolvidos.
Nos anos de 1950 a França era bem diferente
do que é hoje. Era amiga
de Israel. A «causa palestina» não existia. A guerra na Argélia estava
no auge e a grande maioria dos políticos franceses nem sequer apertaria a mão
de terroristas que não se tivessem arrependido dos seus actos.
Tudo isto mudou com o fim da guerra na
Argélia. Charles de Gaulle entregou a Argélia a um movimento terrorista chamado
Frente de Libertação Nacional. Ele então passou a criar uma reorientação
estratégica da política externa da França, inaugurando o que
chamou de «política
árabe de França.»
A França assinou acordos comerciais e
militares com diversas ditaduras árabes. Para seduzir os seus novos amigos, de
maneira ávida, adoptou uma política anti-Israel. Quando na década de 1970, o
terrorismo na forma de sequestros
de aviões foi inventado pelos palestinos e, com o assassinato dos
atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique em 1972, «os palestinos» de
repente tornaram-se uma «causa sagrada» e uma ferramenta útil para alavancar a
posição francesa no mundo árabe, a França ao adoptar a «causa», passou a
ser inflexivelmente
pró-palestina.
Os palestinos começaram a usar o terrorismo
internacional e a França optou por aceitar esse terrorismo, desde que não fosse
afectada. Ao mesmo tempo a França acolheu a imigração em massa do mundo
árabe-muçulmano, evidentemente, como parte do desejo muçulmano de expandir o
Islão. A população muçulmana desde então aumentou em número, porém não
se assimilou.
A França não percebeu isso naquela época, mas
montou uma armadilha para si mesma e a armadilha agora está a começar a
disparar.
A população muçulmana de França dá a entender
que é antifrancesa em termos judaico-cristãos, valores do Iluminismo e
pró-francesa apenas na medida em que a França
se curva às exigências do
Islão. Não obstante, os muçulmanos de França que também são pró-palestinos,
teoricamente não deveria ter havido nenhum problema. Mas a França subestimou os
efeitos da ascensão do Islão radical no mundo muçulmano e além dele.
Cada vez mais os muçulmanos franceses se
consideram acima
de tudo muçulmanos. Muitos afirmam que o Ocidente está em guerra com o
Islão, vêem a França e Israel como parte do Ocidente, assim sendo estão em
guerra com os dois. Vêem que a França é anti-Israel e pró-Palestina, mas também
vêem que vários políticos franceses mantêm laços com Israel, de modo que
provavelmente acham que a França não é anti-Israel e pró-Palestina o
suficiente.
Eles vêem que a França tolera o terrorismo
palestino e parecem não compreender porque é que a França combate o terrorismo
islâmico noutros lugares.
Para agradar aos muçulmanos que estão em
França, o governo francês pode até acreditar que não há outra escolha senão ser
ainda mais pró-palestina e anti-Israel o máximo possível – muito embora,
conforme as pesquisas de opinião indicam, esta política é um fracasso
estrondoso.
O governo francês, sem dúvida, vê que não tem
condições de impedir o que cada vez mais parece ser um desastre iminente. Este
desastre já está a ocorrer.
Talvez o actual governo de França ainda
alimente a esperança de poder empurrar um pouco com a barriga o desastre e evitar uma guerra
civil. Talvez possam ter a esperança de que as «zonas proibidas» não
expludam – pelo menos durante o mandato deste governo.
Há hoje em França seis milhões de muçulmanos,
10% da população, e a percentagem está a aumentar. Os levantamentos mostram
que um
terço dos muçulmanos franceses querem a aplicação plena da Lei
Islâmica (Sharia). Também mostram que a maioria esmagadora dos muçulmanos
franceses apoia
a jihad, especialmente a jihad contra Israel, um país que eles
gostariam de ver varrido da face da terra.
A principal organização muçulmana francesa,
a União
das Organizações Islâmicas de França, é o ramo francês da Irmandade
Muçulmana, um movimento que deveria ser incluído na lista das organizações
terroristas pelo seu aberto desejo
de derrubar governos ocidentais.
A Irmandade Muçulmana é primordialmente financiada
pelo Qatar, país que investe intensamente em França – e que conta com a
comodidade de ter a sua própria base aérea dos EUA.
Os judeus estão a
deixar a França em número
recorde e a debandada não pára. Sammy Ghozlan, presidente da
Agência Nacional de Vigilância contra o Anti-semitismo, reiterou por muitos
anos que: «é melhor sair do que fugir». Foi assaltado. O seu carro foi
incendiado. Ele
saiu e agora vive em Israel.
O restante da população francesa vê
claramente a extrema gravidade do que está a acontecer. Alguns estão furiosos e
em estado de revolta, outros parecem resignados esperando o pior: a tomada
da Europa pelos islamistas.
As próximas eleições francesas estão
programadas para Maio de 2017. O presidente francês François Hollande perdeu
toda a credibilidade e não tem nenhuma
probabilidade de ser reeleito. Quem chegar ao poder terá uma
tarefa difícil.
Ao que tudo indica os franceses perderam a
confiança em Nicolas Sarkozy, de modo que provavelmente escolherão entre os
candidatos Marine Le Pen, Alain Juppé ou François Fillon.
Marine Le Pen é a candidata da Frente
Nacional de extrema-direita.
Alain Juppé é o prefeito de Bordéus e muitas
vezes faz campanha na companhia de Tareq Oubrou, imã da cidade. Até
recentemente, Tareq Oubrou era membro da Irmandade Muçulmana. Alain Juppé
parece acreditar que
a presente desordem irá perder força se a França se curvar totalmente
ao Islão.
François Fillon, será provavelmente o
candidato da direita moderada.
Ele indicou recentemente
que «o sectarismo islâmico» cria «problemas em França».
Ele também
destacou que se um estado palestino não for
estabelecido brevemente, Israel será «a principal ameaça à paz mundial.»
Há três anos o filósofo francês Alain
Finkielkraut publicou o livro: A Identidade Infeliz (L'identité malheureuse),
no qual descreve os perigos inerentes
à islamização da França e os principais distúrbios que se originam a partir
daí. Juppé escolheu um lema de campanha que se destina a contradizer
Finkielkraut: «A
Identidade Feliz».
Desde a publicação do livro de Alain
Finkielkraut, outros livros de carácter pessimista foram publicados e
tornaram-se best-sellers em França. Em Outubro de 2014 o colunista Eric Zemmour
publicou O Suicídio Francês (Le suicide français). Há
poucas semanas publicou outro livro: Um Mandato de Cinco Anos Para Nada (Un
quinquennat despeje rien). Descreve o que vê a acontecer com a França:
«invasão, colonização, explosão.»
Zemmour define a chegada de milhões de
muçulmanos em França nas últimas cinco décadas como uma invasão e a recente
chegada de um turbilhão de imigrantes como a continuação daquela invasão.
Descreve a criação de «zonas proibidas» como a criação de territórios islâmicos
em solo francês e parte integrante de um processo de colonização.
Ele escreve que as erupções de violência que
se espalham são sinais de uma explosão iminente, que cedo ou tarde, a revolta
vai ganhar terreno.
Outro livro: Os Sinos da Igreja
Tocarão Amanhã? (Les cloches sonneront-elles encore demain?),
foi publicado recentemente por Philippe de Villiers, ex-membro do governo
francês.
Villiers chama a atenção para o
desaparecimento de igrejas em França e a sua substituição por mesquitas. Também
menciona a existência de «zonas proibidas» com milhares
de armas de guerra (fuzis automáticos AK-47, pistolas Tokarev,
armas antitanque M80 Zolja, etc). Acrescenta que as armas provavelmente nem
sequer serão utilizadas – os islamistas já venceram.
Em 13 de Novembro de 2016 a França assinalou
o primeiro aniversário dos ataques de Paris. As placas foram descerradas em
todos os lugares onde as pessoas foram mortas.
As placas diziam: «Em memória das vítimas feridas e assassinadas nos ataques». Nenhuma menção foi feita sobre a barbárie jihadista. À noite, a casa de espectáculos Bataclan foi reaberta com um concerto de Sting. A última canção do concerto foi «Insh' Allah»: «se Alá quiser». A direcção do Bataclan não permitiu a entrada de dois membros da banda norte-americana Eagles of Death Metal – que estavam no palco quando o ataque começou. Algumas semanas depois do ataque, Jesse Hughes, vocalista do grupo, atreveu-se a criticar os muçulmanos que participaram no ataque. O director do Bataclan indicou acerca de Hughes: «há coisas que não dá para perdoar».
As placas diziam: «Em memória das vítimas feridas e assassinadas nos ataques». Nenhuma menção foi feita sobre a barbárie jihadista. À noite, a casa de espectáculos Bataclan foi reaberta com um concerto de Sting. A última canção do concerto foi «Insh' Allah»: «se Alá quiser». A direcção do Bataclan não permitiu a entrada de dois membros da banda norte-americana Eagles of Death Metal – que estavam no palco quando o ataque começou. Algumas semanas depois do ataque, Jesse Hughes, vocalista do grupo, atreveu-se a criticar os muçulmanos que participaram no ataque. O director do Bataclan indicou acerca de Hughes: «há coisas que não dá para perdoar».
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