sábado, 18 de março de 2017

Iniciativa da Casa Branca para derrotar o Islão radical


Daniel Pipes e Christopher C. Hull, The Washington Times, 20 de Fevereiro de 2017



Quem é o inimigo? Já se passaram mais de 15 anos desde que ocorreram os ataques do 11 de Setembro e esta questão fundamental ainda nos atormenta. Faziam parte das respostas meritórias: malfeitores, extremistas violentos, terroristas, muçulmanos e islamistas.

Para ilustrar como não responder a esta questão, em 2010 a Administração Obama formou o Grupo de Trabalho para o Combate ao Extremismo Violento (CVE em inglês) incluindo participantes que apareceram com pérolas do tipo: a classificação da «Jihad como guerra santa é uma invenção europeia», a volta do Califado é «inevitável», a Sharia (lei islâmica) é «mal interpretada» e o «terrorismo islâmico é uma contradição de termos... pelo facto do terrorismo não ser islâmico por definição». Qual foi o resultado? O grupo produziu uma propaganda útil ao inimigo (sem dar nomes aos bois).

Como não responder ao terrorismo: Cúpula na Casa Branca
para Combater o Extremismo Violento, estrelando Barack Obama.
Diferentemente, o então candidato à presidência Donald Trump preferiu um forte discurso em Agosto de 2016 indicando como ele, se eleito presidente, iria «Fazer a América Segura Novamente.» Nele prometeu: «um dos meus primeiros actos como presidente será o de estabelecer uma comissão para tratar do Islão radical». Observação: ele disse Islão radical, não qualquer tipo de eufemismo como extremismo violento.

A meta da comissão, destacou ele, «será a de identificar e explicar ao povo americano o cerne das convicções e crenças do Islão radical, para que possam identificar os sinais de alerta da radicalização e para expor as redes na nossa sociedade que dão suporte à radicalização». A comissão «irá incluir as vozes reformistas da comunidade muçulmana», com o objectivo de «desenvolver os novos protocolos para os agentes da polícia local, investigadores federais e agentes da imigração».

Donald Trump discursando em 15 de Agosto de 2016 sobre a necessidade
da formação de uma comissão para deliberar sobre o Islão radical.
Em 2 de Fevereiro a agência Reuters reportou que em conformidade com a declaração proferida em Agosto, a Administração Trump «deseja renovar e mudar o nome» do antigo CVE de Obama, que dirigia o foco exclusivamente em cima do islamismo. O simbolismo desta mudança, o nome Combate ao Extremismo Violento será alterado para «Combate ao Extremismo do Islão Radical» (ou para algo equivalente).

Para aproveitar ao máximo esta oportunidade histórica, o Middle East Forum elaborou um programa abrangente para a Comissão da Casa Branca sobre o Islão radical e como a administração deverá proceder. A seguir apresentamos um resumo da nossa apreciação da maneira da comissão trabalhar e impactar:

Estrutura. Para que haja resultados positivos, todos os integrantes da equipa deverão ser escolhidos pelo presidente. Muitas comissões consistiam de pessoas com ideologias e agendas contrastantes que martelavam relatórios autoconflitantes, desagradando à administração e depois acabaram por ser excluidos. Além disso é necessário aprender com as disputas da Comissão Tower, que carecia de poderes suficientes, além do precedente da Comissão Three Mile Island, que na realidade tinha poderes, a comissão precisa desfrutar do poder de intimar a apresentação de documentos, condução coercitiva e concessão de imunidade.

Outra maneira equívoca de responder ao terrorismo:
Ronald Reagan e o relatório da Comissão Tower
Pessoal. A comissão deverá incluir uma combinação de especialistas em violência política e em Islão radical, bem como representantes eleitos, representantes dos agentes da lei, militares, inteligência e comunidades diplomáticas, especialistas em tecnologia, muçulmanos reformistas (conforme insistência do presidente) e vítimas do Islão radical. Também deverá contar com intermediadores para fazerem o meio do campo, em última análise, com aqueles que irão implementar as recomendações da comissão: secretários dos departamentos de Estado, Departamento de Segurança Nacional, Procurador Geral e o director da CIA.

Instrução. A comissão deverá estender-se no compromisso de Trump de explicar o cerne das convicções dos islamistas (ou seja, a aplicação plena e rigorosa da Sharia), expor as suas ramificações e desenvolver novos protocolos para a aplicação da lei. Além disso, deverá examinar a fonte dos recursos dos islamistas e como interrompê-la, descobrir como impedir que usem a Internet, apresentar mudanças nas práticas de imigração e avaliar como o politicamente correcto impede uma avaliação honesta do Islão radical.

Implementação. Para que o trabalho da comissão seja relevante, deverá estar concatenada com as agências federais para acumular dados e elaborar recomendações, redigir ordens e legislação executivas, fornecer documentos de suporte, preparar solicitações de propostas, esboçar memorandos para os governos estaduais e locais, recomendar pessoal e delinear orçamentos. Para encerrar, a comissão deve estar cônscia de que as suas recomendações poderão ser usadas como prova em processos penais, como já aconteceu diversas vezes no passado (por exemplo, nas comissões Warren, Rogers e Tower).

O objectivo geral da Comissão da Casa Branca sobre o Islão radical deve ser o de unir o povo americano em torno de um entendimento comum sobre a natureza do inimigo, como o inimigo pode ser derrotado e pormenores para que este objectivo possa ser alcançado.

Quem sabe se isto irá iniciar o processo, demasiadamente atrasado, de vencer uma guerra que já se estendeu demais. Os Estados Unidos possuem todas as vantagens económicas e militares, faltam-lhes somente uma política e uma estratégia, que a nova administração, contando com uma comissão de primeira linha, poderá finalmente executar.

Daniel Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. 

Christopher C. Hull (IssueManagement.net, @ChristopherHull) é o presidente do Issue Management, Inc.





Sem comentários:

Enviar um comentário