quinta-feira, 20 de abril de 2017

EUA e China frente a frente com as ameaças da Coreia do Norte


A Coreia do Norte intensificou as ameaças de ataque nuclear aos E.U.A..
Os mísseis são feitos com partes
 contrafaccionados ocidentais passadas pela China

Luis Dufaur, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, 19 de Abril de 2017

Após insistentes provocações nucleares e missilísticas a Coreia do Norte caminhava a achar que vivia na era da impunidade que a moleza de Barack Obama lhe tinha garantido.

Mas agora, uma frota liderada pelo porta-aviões USS Carl Vinson navega à distância de fogo das suas paupérrimas, mas eriçadas bases militares.A Agência Central de Notícias de Pyongyang achou «ultrajante» a manobra escreveu o «Chicago Tribune».

A presença de navios de guerra americanos na região é habitual, mas o secretário de Estado americano Rex Tillerson esclareceu: «Se alguém viola os acordos internacionais, não cumpre os seus compromissos, e se  transforma numa ameaça para os outros, num dado momento alguma resposta lhe deve ser dada», acrescentou o «Chicago Tribune».

A China percebeu logo que as intimidações do ditador norte-coreano Kim-Jong-Un com os seus mísseis contrafaccionados e de pontaria não demonstrada de pouco servem. Então decidiu intervir sorrateiramente.

De facto, a China constitui o grande problema por trás do exibicionismo e a arrogância de Pyongyang.

Segundo o jornal chinês «The Epoch Times» editado em Nova Iorque, fontes dos media sul-coreanos dizem que 150 mil médicos e pessoal de apoio do Exército de Libertação Popular (ELP) da China foram mobilizados ao longo do rio Yalu, que a separa da Coreia do Norte.

Esta mobilização foi precipitada pela movimentação do grupo naval liderado pelo porta-aviões Carl Vinson, que se encaminhou para a Península Coreana em 8 de Abril, mudando o seu rumo original.

O presidente dos E.U.A. Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping  encontraram-se na Flórida entre os dias 6 e 8 de Abril. E foi num jantar que o chinês ficou a saber que o americano tinha ordenado bombardear a Síria, escreveu «The Guardian».

O recado foi claro. Xi Jinping saiu satisfeito com as conversações e comprometido a conduzir a crise nuclear norte-coreana a uma conclusão pacífica.

Mas Xi percebeu logo o que pode acontecer na Coreia. Ele sabe que a China nem sequer tem como enfrentar militarmente os E.U.A.. Mas os imensos investimentos ocidentais no seu território são uma arma de chantagem de primeira magnitude.

O grupo de tarefas do USS Carl Vinson navega no Mar do Sul da China
Pyongyang esbravejou expressando confiança no seu «tremendo músculo militar com força nuclear» para se defender caso os E.U.A. escolham uma opção militar.

A Coreia do Norte, ditadura comunista e um dos regimes mais repressivos do mundo tem graves dificuldades para alimentar basicamente a quem não é do Partido Comunista.

Embora a sua infra-estrutura industrial e tecnológica seja deplorável, já detonou pelo menos cinco bombas nucleares subterrâneas e testou mísseis civis e militares que seriam capazes de atingir os E.U.A..

Num desses testes, a marinha da Coreia do Sul recuperou partes completas dos motores de um míssil que caiu no mar. As peças foram analisadas por especialistas internacionais, noticiou «The Washington Post».

Os testes constataram que muitas partes terminantes, incluindo software e peças vetadas à venda para a Coreia do Norte, tinham sido adquiridas no exterior usando empresas chinesas como intermediários.

O Unha-3 que pôs em órbita o satélite Kwangmyongsong-4 em 7 de Fevereiro de 2016, foi o mais poderoso feito pelo regime de Kim Jong Un. Media mais de 30 metros de altura e era capaz de despejar engenhos nucleares em cidades remotas como Washington.

Nos restos do Unha-3 foi recuperado um vasto leque de partes electrónicas fabricadas em países ocidentais e encaminhadas para a Coreia do Norte pela própria China.

A contrafacção não impediu que explodisse logo após a ignição o míssil agendado para partir durante as espalhafatosas manifestações militares pelo aniversário do ditador Kim-Jong-Un.

A Coreia do Norte «é um regime imprevisível e agora tem capacidade nuclear», disse o assessor de segurança nacional tenente-general H. R. McMaster no Fox News Sunday.

«O presidente Xi e o presidente Trump concordaram que isso é inaceitável, o que deve acontecer é a desnuclearização da Península Coreana».

Em 10 de Abril, o presidente Trump indicou numa mensagem de Twitter: «expliquei ao presidente da China que um acordo comercial com os E.U.A. será muito melhor se eles resolverem o problema da Coreia do Norte!»

E acrescentou: «a Coreia do Norte está à procura de problemas. Se a China decidir ajudar, isso seria óptimo, se não, resolveremos o problema sem eles!»

O aniversário do ditador foi um paroxismo de exibicionismo e intimidações
A Coreia do Norte com as costas quentes pela China não arreda e anuncia mais uma explosão nuclear no seu campo de testes nucleares subterrâneos de Punggye-ri, área montanhosa no nordeste do país.

Actividade inusual, inclusive um visita do jacto privado do ditador, foi fotografada por satélite, segundo «The Washington Post».

Simultaneamente, os E.U.A. lançaram a sua mais potente bomba não-nuclear sobre um conjunto de túneis e cavernas do Estado Islâmico em Achin, província de Nangarhar, Afeganistão, perto da fronteira com o Paquistão.

Foi a primeira vez que os EUA usou a bomba GBU-43 MOAB (Massive Ordenance Air Blast) em conflito conhecida como a «mãe de todas as bombas» pelas suas 11 toneladas de explosivos.

Nos mesmos dias a imprensa americana revelou o momento em que presidente Trump comunicou o bombardeamento da Síria ao presidente Xi Jinping, com quem jantava.

Trump também comentou, aliás pouco polidamente: «Acredito que faremos muita pressão sobre a Rússia para que garanta que teremos paz, porque francamente se a Rússia não tivesse apoiado esse animal (o ditador da Síria), agora nós não teríamos problemas», segundo o «The New York Times».

Já aconteceu na Síria… O que pode acontecer na Coreia do Norte e no mundo?





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