segunda-feira, 24 de outubro de 2016


Wikileaks.

O que dizem os e-mails

da campanha de Hillary Clinton?


João de Almeida Dias, Observador, 19 de Outubro de 2016

A Wikileaks teve acesso a uma lista de 50 mil e-mails do director de campanha de Hillary Clinton. Alguns são comprometedores e podem fazer mossa na democrata. Conheça alguns exemplos.

Numas eleições normais, qualquer adversário de Donald Trump já estaria a correr alegre e descontraidamente para a meta, deixando para trás um candidato republicano soterrado debaixo da sua avalanche de polémicas. «Mas é justo dizer que estas eleições não são normais», como Barack Obama fez questão de referir num discurso da Convenção do Partido Democrata, em Julho.

Um factor que contribui amplamente para a singularidade destas eleições é que, do outro lado de Donald Trump, está Hillary Clinton — uma mulher que, depois de mais de 30 anos na linha da frente da política norte-americana, conseguiu um currículo invejável e extenso. Só que, para lá das linhas onde aparecem cargos como «senadora por Nova Iorque, 2001-2009» ou «secretária de Estado, 2009-2013», muitos vêem inúmeras notas de rodapé que apontam para várias polémicas, das quais Hillary Clinton surge como uma candidata demasiado calculista, ambígua e desrespeitadora das regras.

A nota de rodapé mais recente no currículo de rodapé é da cortesia do site Wikileaks, do activista australiano Julian Assange — que, acredita que o departamento de Estado norte-americano poderá ter sido ajudado pela Rússia —, que tem divulgado a conta-gotas aquilo que diz ser um total de 50 mil e-mails que estavam na conta de e-mail de John Podesta, o chefe máximo da campanha da candidata democrata. Alguns mails contêm informações comprometedoras, outras dúbias e também há algumas que são inocentes e rotineiras. Os e-mails começam em 2000 e, para já, vão até Março de 2016. Em baixo, conheça o que está em causa nalgumas das mensagens mais controversas.

Hillary Clinton já conhecia a pergunta antes do debate

Num e-mail enviado a 12 de Março deste ano por Dona Brazile, na altura vice-presidente do Comité Nacional Democrata (meses depois, em Julho, passou a ser presidente interina, depois de outro escândalo com e-mails ter levado à demissão da então presidente, acusada de favorecer Hillary Clinton em detrimento de Bernie Sanders nas primárias) para a directora de comunicação da campanha, Jennifer Palmieri, surgia a seguinte frase no campo «Assunto» do e-mail: «De vez em quando, eu consigo ter as perguntas antes do tempo».

O tema era o debate em formato de town hall, agendado para o dia seguinte e que era da responsabilidade da CNN. Dentro do e-mail, Dona Brazile, que também era comentadora residente na CNN, avisou a campanha de Hillary Clinton que lhe ia ser colocada uma questão sobre a pena de morte. Dona Brazile chegou a colocar o texto da pergunta no e-mail. No dia seguinte, um dos moderadores lançou uma pergunta a Hillary Clinton sobre esse tema, com um texto ligeiramente diferente mas inegavelmente idêntico ao disponibilizado por Dona Brazile.

Dona Brazile nega a acusação, tal como a CNN.

A equipa de Hillary Clinton quis mudar a data das primárias no Illinois
para prejudicar os candidatos moderados do Partido Republicano

Em Novembro de 2014, praticamente meio ano antes de Hillary Clinton anunciar a sua candidatura à Casa Branca, já havia quem preparasse o seu caminho na retaguarda. Robby Mook, também da equipa de Clinton, enviou um e-mail a John Podesta onde ensaiava a hipótese de, através de uma troca de favores, conseguir adiar as primárias no Estado do Illinois de Março para Abril ou Maio de 2016.

A ideia de Robby Mook era conseguir o aval do speaker do parlamento estatal do Illinois, o democrata Mike Madigan, para que a data fosse alterada. O processo de persuasão seria feito pelo chefe do staff de Obama na Casa Branca e um lobista do Illinois. Segundo a proposta de Robby Mook, aquele Estado teria mais 10% de delegados a nível nacional se as primárias fossem mudadas para Abril e mais 20% se as empurrassem até Maio.

Segundo Robby Mook, esta seria uma maneira de controlar o tom da campanha republicana, que os democratas queriam que fosse o menos moderada possível. «O objectivo global é mudar as primárias no Illinois de meados de Março, onde eles ainda têm apoio para candidatos republicanos moderados depois da maioritariamente sulista Super Tuesday [que ocorreu a 1 de Março]», escreveu. Se as primárias fossem adiadas até Abril ou Maio, a probabilidade de os candidatos mais moderados (naquela altura, John Kasich e Marco Rubio) perderem força até lá seria maior.

Apesar dos esforços da campanha de Clinton, as primárias no Illinois aconteceram a 15 de Março. No final de contas, Hillary Clinton venceu com apenas mais 1,8% do que Bernie Sanders. Do outro lado, venceu Donald Trump — o mais radical entre os republicanos.

A equipa de Clinton preocupada com a postura da candidata
sobre o escândalo do e-mail privado

Está visto que, quando o assunto é a troca de correspondência electrónica e Hillary Clinton está envolvida, o mais certo é haver uma polémica. O primeiro capítulo desta colecção de histórias diz respeito aos tempos de Hillary Clinton como secretária de Estado no primeiro mandato de Barack Obama, 2009-2013. Durante esse período, contra as regras e potencialmente colocando em perigo informações classificadas como top secret e confidential, Clinton usou uma conta de e-mail privada que estava alojada num servidor que tinha na garagem da sua casa, em Chappaqua, em Nova Iorque.

Em plena campanha, Hillary Clinton foi ilibada de qualquer acusação pela procuradora-geral, Loretta Lynch, depois de uma recomendação nesse sentido do director do FBI, James Comey (leia mais sobre este assunto aqui).

Em Agosto de 2015, uma das conselheiras da campanha, Neera Tanden, escrevia a John Podesta um e-mail titulado «os meus pensamentos» onde manifestava preocupações sobre a postura de Hillary Clinton perante este caso. «Eu sei que isto do e-mail não tem sido honesto. Eu sei muito que não. Mas eu temo que a incapacidade dela de dar uma entrevista e comunicar de forma genuína sentimentos de remorso e arrependimento está a tornar-se num problema de personalidade (ainda mais do que de honestidade)», escreveu Neera Tanden.

«Ela precisa de fazer isto. Não vejo outra maneira de avançarmos até Outubro», concluiu.

Desde então, Hillary Clinton tem adoptado uma postura de arrependimento sempre que este tema é referido em debates e nas (pouquíssimas) entrevistas e conferências de imprensa que tem dado.

Alguns jornalistas tinham uma relação próxima com a equipa de Clinton

Pelo meio dos 50 mil e-mails da conta de John Podesta, alguns contam com a assinatura de jornalistas de política de alguns dos jornais mais conhecidos nos EUA. Nalgumas trocas de mensagens, pode ver-se como alguns jornalistas e a equipa de Hillary Clinton mantinham uma relação de proximidade, muitas vezes culminando no condicionamento do trabalho que saía a público.

Num e-mail escrito pelo jornalista Mark Leibovich, da revista The New York Times, este entrega um conjunto de citações que retirou de uma entrevista que fez com Hillary Clinton, pedindo permissão para publicá-las à assessora de campanha Jennifer Palmieri. «Esta conversa foi bastante interessante… Adoraria ter a opção de usá-la», escreveu o jornalista. No final, depois de uma troca de e-mails, a assessora limita o uso de algumas expressões e de citações inteiras. «Foi um prazer fazer negócios contigo!», despediu-se Jennifer Palmieri.

Noutra ocasião, o jornalista Glenn Thrush, do site Politico, envia um e-mail a John Podesta com parágrafos que dizem directamente respeito ao chefe de campanha de Hillary Clinton. A ideia do jornalista era ter a aprovação para publicação daquelas partes em particular. «Por favor não partilhes ou digas a ninguém que eu fiz isto», escreve o jornalista. «Diz-me se não f*di nada.»

Além do Wikileaks, também o site Intercept — fundado pelo jornalista Glenn Greenwald, conhecido por ter dado a conhecer os ficheiros de Edward Snowden — teve acesso a uma nota interna da campanha de Hillary Clinton escrita em Janeiro de 2015, onde se dizia como «colocar uma história» num jornal por intermédio de um «jornalista amigável». Em particular, é referido o exemplo de Maggie Haberman, do The New York Times. «Nós temos tido uma relação muito boa com Maggie Haberman do Politico [onde a jornalista trabalhou até Fevereiro de 2015] durante o último ano», lia-se naquela nota. «Ela já nos preparou algumas histórias no passado.»

Os discursos em Wall Street pagos a peso de ouro

Já durante as eleições primárias do Partido Democrata, Bernie Sanders insistiu várias vezes para que Hillary Clinton divulgasse as transcrições dos seus discursos pagos a peso de ouro em eventos privados de bancos de Wall Street e outras instituições financeiras — mais ou menos a mesma insistência que Hillary Clinton agora usa para exigir a Donald Trump que torne pública a sua declaração fiscal. De acordo com a CNN, Hillary e Bill Clinton fizeram 729 discursos pagos entre Fevereiro de 2001 e Maio de 2015. Em média, receberam 210 mil dólares por cada um.

Agora, as transcrições de três desses discursos foram tornadas públicas pela Wikileaks, que os encontrou nos e-mails de John Podesta. Nestas mensagens em particular, a equipa de Hillary Clinton destacou as partes que poderiam levar a interpretações negativas por parte dos seus adversários.

Num discurso de 2014, Hillary Clinton admitiu que está «algo distante» das preocupações da classe média. «Eu não estou a tomar posição em nenhuma medida, mas penso que há um sentimento crescente de ansiedade e até de raiva neste país por causa da ideia de que o jogo está combinado. E eu nunca senti isso quando era mais nova. Nunca», disse.

Em 2013, referiu num discurso que «na política é preciso ter uma posição em público e outra em privado». Esta citação tem sido usada contra Hillary Clinton pela campanha de Donald Trump, que estava a explicar à audiência os meandros da negociação política, recorrendo ao exemplo do filme «Lincoln» (2012), de Steven Spielberg, onde é demonstrado como o presidente Abraham Lincoln conseguiu convencer várias congressistas a permitirem o fim da escravatura, consagrado na 13.ª emenda da Constituição. «A política faz-se como as salsichas. É desagradável, sempre foi assim, mas no final das contas por vezes chegamos onde temos de estar», disse.

Noutra intervenção em 2014, Hillary Clinton disse que enquanto senadora pelo Estado de Nova Iorque trabalhou «com muitas pessoas talentosas e com princípios que ganhavam a vida nas finanças». De seguida, Hillary Clinton terá dito uma frase ambígua: «E embora os representasse [como senadora] e tivesse feito tudo o que pude para me assegurar de que continuavam a prosperar, apelei para que se fechassem alguns buracos legais e para que fosse tratada a questão do disparo dos salários dos directores executivos». Ora, aqui, se por um lado Hillary Clinton falou a favor de alguma regulação da banca, também é certo que não dá a ideia de ser tanto a favor quanto àquela que tem defendido desde o início das primárias até aos dias de hoje.





sábado, 22 de outubro de 2016


Progressistas pela moral e contra os vícios


Maria João Marques, Observador, 19 de Outubro de 2016

Credo, os religiosos ambientalistas não se querem confundir com os religiosos católicos, que esses são ultramontanos e rústicos. Que proponham exactamente o mesmo é um mero pormenor.

A literatura é um instrumento muito útil para percebermos o mundo ou, o que vai dar ao mesmo, a natureza humana. Dou um exemplo: para entendermos as hordas moderníssimas e progressistas actuais, Mr. Henry Spoffard dá-nos uma bestial ajuda.

Apresento-vos Mr. Henry Spoffard. Filho de uma família antiga e piedosa de Filadélfia, tinha uma importante missão no mundo: manter a moralidade do bom povo americano, por via de o afastar coercivamente das tentações que o encarrilhariam no caminho do pecado. Mr. Henry Spoffard acreditava em manter a pureza dos outros mesmo, ou sobretudo, contra a vontade desses outros. Foi criado por Anita Loos, diz-se que inspirado num censor de Hollywood com que a autora embateu, para um dos romances mais divertidos do século XX americano: Gentlemen Prefer Blondes. E vinha na tradição dos moralistas anteriores: a sua grande causa de escândalo eram as transgressões sexuais das endiabradas sociedades.

Noventa anos depois do debute no mundo de Mr. Henry Spoffard, felizmente os assuntos de cama – excepto os que atropelam a liberdade sexual de cada indivíduo, também conhecidos por violações ou abusos sexuais – já são vistos como estando fora da esfera opinativa (e punitiva) dos abelhudos moralistas. Mas, para a troca, temos um rol infindável de puritanos, expansionistas militantes da sua moral estrita, em todas as questões alheias à sexualidade. Infelizmente nem têm o benefício de Mr. Henry Spoffard – o de ser ficcional, claro.

Vejamos os religiosos do aquecimento global, por exemplo. E em minha defesa – antes que me excomunguem – digo já que sou bastante sovina, e poupada, no que toca a bens isentos de qualidades estéticas como gasolina e electricidade, e que tenho uma forte paranoia com a reciclagem e reutilização de uns tantos materiais. Mas, lá está, falta-me o fervor religioso.

A incitação para que as populações se abstenham de consumir, um exemplo, costuma mergulhar-me na vontade de praticar vudu contra os detentores de tal opinião. Não (ou sim, mas de maneira diferente) que estejam preocupados ser mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha que um rico entrar no reino dos céus. Credo, os religiosos ambientalistas não se querem confundir com os religiosos católicos, que esses são ultramontanos e rústicos. Que proponham exactamente o mesmo é um mero pormenor. As motivações são muito mais nobres que essas tretas de não nos deixarmos escravizar pelos bens materiais. Os ecofanáticos defendem que se extermine o consumo (e, de caminho, o bem estar das populações) para poupar os recursos do planeta (estes religiosos nunca leram Malthus) e para não causar poluição com transportes de mercadorias.

Outro tipo de moralista, bem mais perigoso, é o purista sanitário. Pode-se praticar sexo à vontade, felizmente está estabelecido, e uma ou outra consequência para a saúde ou para a vida (uns sopapos do cônjuge enganado, por exemplo) devem ser encarados com bonomia, que as pulsões sexuais são fortes e difíceis de conter.

Mas não há cá complacência com o álcool (já os antigos diziam que era o pai de todos os vícios, e os antigos alguma vez haviam de ter razão), ousar ter a comida bem apaladada com sal (as pessoas puras de corpo e alma não têm de lhe pagar os comprimidos para a tensão arterial) ou beber refrigerantes açucarados (agora que já se verificou que afinal o colesterol e a gordura não causam o apocalipse humano que os médicos prometeram, teve de se encontrar novo inimigo para atormentar as populações e viraram-se para o açúcar, o novo supervilão; até, claro, dentro de uns anos se reconhecer que o açúcar é essencial para um bom desenvolvimento cerebral das crianças, entre outras maravilhas que então o açúcar de súbito conquistará).

Fumar, esse hábito decadente, devia ser tipificado no código penal ao lado de, pelo menos, uma agressão agravada. Ou, em alternativa, sentenciado sumariamente a internamentos compulsivos de seis meses numa colónia vegan. Só pessoas muito depravadas fumam.

Sem surpresa, o método preferido para estes moralistas obrigarem os celerados hipertensos, chaminés e sucedâneos de Winston Churchill a reformarem-se são os impostos. Inevitavelmente, abundam à esquerda – e acabaram de aprovar impostos sobre estes vícios imorais. Afinal pagamos tão poucos impostos agora, era mesmo muita lata nossa exigirmos um SNS a acudir às doenças em vez de, sei lá, um SNS para pagar mais aos profissionais de saúde por via das 35 horas. (E quando digo esquerda incluo, evidentemente, parte da anterior coligação que sonhava com o mesmo entusiasmo com estas medidas.)

Voltando a Mr. Henry Spoffard, como descreveu Anita Loos na sequela But Gentlemen Marry Brunettes, «ele não se importava verdadeiramente o que uma rapariga tinha feito, desde que ela não se divertisse no final […] se raparigas como Dorothy não pagassem, e pagassem, como conseguiriam ter as pessoas morais a satisfação de as ver sofrer. E o que aconteceria à Cristandade?» É acautelamo-nos, porque enquanto estes moralistas não sentenciarem que já tivemos dolorosa penitência por aquele gin tónico com frutos silvestres, não descansarão as garras.


Nota: nos comentários ao meu último texto, um ex-secretário de Estado de Guterres, Francisco Seixas da Costa, rebateu – com uma (in)exatidão factual proporcional à (des)elegância argumentativa – que o episódio com Pina Moura afinal se passara com Manuela Arcanjo (e que eu isto e aquilo). Ora é falso. Pina Moura estava, como ministro das Finanças, na AR a defender o orçamento rectificativo a 29 de Junho de 2001 quando se soube do seu afastamento (aqui uma notícia do meio do dia confirmando a substituição). Manuela Arcanjo saiu na mesma altura do Governo, proferindo cobras e lagartos de Guterres, mas com um processo diferente.





quarta-feira, 12 de outubro de 2016


Centro Internet Segura

Apresenta websérie

«Net Com Consciência»


Exame Informática

Há um conjunto de vídeos dedicados ao público juvenil e que aborda temas como o cyberbulling, sexting, privacidade online e muitos outros temas tecnológicos. Agora, vai poder ser usado nas escolas.

A iniciativa foi organizada pelo Centro Internet Segura e coordenado pela FCT. O objectivo foi apresentar em vídeo explicações sobre vários temas tecnológicos como cyberbulling, sexting, privacidade online e muitos outros. Estes conteúdos foram disponibilizados durante o Verão, no YouTube e vão agora ser oferecidos em pack para utilização pelas escolas, com adaptações também para os alunos com necessidades educativas especiais, explica o comunicado de imprensa. Os vídeos vão ter versões com áudio descrição, língua gestual portuguesa e legendas em português e inglês.

No total, são dez episódios que caracterizam os comportamentos online mais frequentes entre os jovens e os riscos a que estes estão expostos se não fizerem uma utilização responsável da Internet e das tecnologias. Os vídeos contam com participações dos actores Alexandre Silva, Pedro Górgia e Tiago Aldeia e, durante a apresentação marcada para hoje, os protagonistas saem do mundo virtual para interagir com os participantes.


Veja todos os vídeos no canal do YouTube.

https://www.youtube.com/channel/UC9fadgexIKzm8sZqUmyWnaA


Consulte o programa completo aqui.

http://www.internetsegura.pt/evento/marca-diferen%C3%A7a-por-uma-internet-melhor





terça-feira, 11 de outubro de 2016


Destacado jornalista australiano

condena pressão para a eutanásia


Paul Kelly teme que se vai mudar o país para sempre.



Paul Russell, Mercatornet, 3 de Outubro de 2016

One of Australia’s most respected journalists, Paul Kelly, has kicked back against what some of his journalistic colleagues have been treating as a rising tide in favour of euthanasia. Kelly is a former editor of The Australian, a television pundit and the author of eight books on Australian politics. Politicians will listen carefully to what he says.

«Legalise euthanasia and compassionate society dies too», published in The Weekend Australian, is a serious look at euthanasia in the places where it has been made legal. Kelly concludes that society is irrevocably damaged by the introduction of the practice of doctors killing people.

He opens with an emotional plea:

«If you love your parents, respect your children, care for your society and think compassionately about your world then it is time to open your hearts when a jurisdiction legalises killing or, as it is called, euthanasia.»

That there is renewed public interest in euthanasia in Australia at the moment cannot be denied – partly because this month marks the 20th anniversary of the first euthanasia death under the short-lived Northern Territory law (the first of its kind anywhere in the world) and partly because some journalists have been beating the drum.

Over these last 20 years, the arguments against euthanasia have not changed. What has changed is the effectiveness of palliative medicine in eliminating pain and suffering. Kelly correctly cautions, however, that «this is a critical trend but cannot conceal the fact painful deaths still exist and become the main argument for legal change. But euthanasia should not be seen as a substitute for palliative care – that would be a medical and moral blunder.»

Kelly's second point is to cite the developments in who gets euthanasia and the rise in the numbers in Belgium and Holland to conclude that, «where euthanasia is legalised the record is clear – its availability generates rapid and ever expanding use and wider legal boundaries. Its rate and practice quickly exceeds the small number of cases based on the original criteria of unacceptable pain.»

He makes his point by posing a series of questions which actually chronicle the progress of euthanasia in Belgium and Holland:

«If you sanction killing for end-of-life pain relief, how can you deny this right to people in pain who aren't dying? If you give this right to adults, how can you deny this right to children? If you give this right to people in physical pain, how can you deny this right to people with mental illness? If you give this right to people with mental illness, how can you deny this right to people who are exhausted with life?»

«Culture and values will change to justify the death process,» says Kelly as he introduces to readers of The Australian to the story of Tom Mortier and the death of his mother. Kelly uses quotes from Belgian euthanasia supremo, Wim Distelmans, to note some of his more outrageous comments that, frankly, raise no eyebrows in his homeland.

Kelly quotes Mortier when responding to Distelmans' claim that giving a lethal injection is an act of «unconditional love»:

«I loved my Mother for more than 30 years and I wanted her to live; Dr Distelmans loved her so much – 'unconditionally' – that after a few brief consultations over six months he gave her a lethal injection.»

The leading voice for Australian euthanasia at the moment, Andrew Denton, once commented to me about Tom Mortier's situation saying that, sad as it is, it was after all his mother's decision – it was her choice. No person who has read Tom's story could dismiss what happened so easily – unless they had an agenda. But Denton's words actually uncover one of the most significant changes that euthanasia laws create that, ultimately, become the driver for cultural drift and euthanasia expansion. Kelly writes:

«The trend and logic is unassailable; once legislated the principle of euthanasia is settled and the practice of euthanasia is widened, if not by law then by administrative laxity and de facto regulatory sanction. Of course, many euthanasia cases are never declared.

«A 2012 report by the European Institute of Bioethics said: ‘Initially legalised under very strict conditions, euthanasia has greadually become a very normal and even ordinary act to which patients are deemed to have a right.

«Many advocates in Australia use the rights language. Once this takes hold, then holding back the tide is nearly impossible.»

Denton and others are in denial of this reality; most likely because they realise the potency of the argument.

The «rights» argument is also present in the questions posed by Kelly. It is the denial of human nature: «Experience in other jurisdictions leads to the unambiguous conclusion: the threshold event is the original legalising of euthanasia. After this there is only one debate – it is over when and how to expand the sanctioned killings.»

Kelly is highly critical of the Victorian Parliamentary Report on end-of-life choices and cites the dissenting report by Daniel Melino MLC (Victoria) which, contrary to the style of the main report, is written in a scholarly manner and is exceptionally well-referenced.

He calls the main reports assertions that a law could be written with «robust eligibility criteria» and their denial of the «slippery slope», heroic optimism:

«It is echoed on nation after nation, year after year. It testifies to the deepest humanist conviction that mankind and wise governments can introduce euthanasia regimes with the necessary legal safeguards and the necessary regulatory protections to manage the promotion of death to ensure only net gains for the social order.

«It is surely extraordinary that people sceptical of the ability of governments to get trains running on time fool themselves into thinking they can confidently manage a regime that sanctions the termination of human life.»

Kelly goes on to quote the new head of the Australian Medical Association (AMA), Dr Michael Gannon and Liz Callaghan from Palliative Care Australia, who both content that euthanasia does not have a legitimate place in medicine and palliative medicine. Kelly also notes the push from within the AMA for that body to adopt what is known as a neutral position on euthanasia, a tactic that has been tried in a number of jurisdictions and is likely to fail once more in Australia.

The pro-euthanasia movement know that once the peak medical body «goes neutral» it can no longer express an opinion either way. Would we want the AMA to adopt a neutral position on Medicare or on government health policy? Not likely. They are the peak body whose members, charged with our care, know the reality far better than anyone else. We need them to express an opinion on all sorts of health-related matters, euthanasia being one.

Kelly closes by returning to a personal appeal to his reader:

«If we proceed then life will change, there will be a ‘slippery slope’, your relationship with your doctor will be different, the vulnerable will have a reason to feel uneasy, the push to make euthanasia a right will be inevitable, the frail will feel obliged to volunteer and our values as a community will shift more quickly than you appreciate.»

Paul Russell is director of HOPE: preventing euthanasia & assisted suicide, which is based in Australia. This article has been edited and republished from his blog with permission.






Eutanásia: aprender com os erros do Canadá

Agora que os médicos podem matar,
as pessoas vão ter medo de cuidados paliativos...



Will Johnston, Mercatornet, 5 de Outubro de 2016

The Carter decision to allow assisted suicide and euthanasia claimed that Canada could avoid abuses through careful guidelines and screening. Medically facilitated elder abuse by greedy relatives and medicalized suicide for the depressed  a grim reality where this practice is legal -- were supposed to be avoidable, said the judge because of a superior medical culture in Canada. The abuses of Belgium? Not for us.

Experience proves otherwise.

According to the new law, it will be five years before Canada's assisted suicide and euthanasia regime has to report back to the nation. Two stories offer reasons why that report will fail to reveal those depressed patients, far from death, who are steered to suicide by others and by their untreated mental illness.

A friend, herself dealing with advanced ovarian cancer, heard from a neighbour that his wife was going to get assisted suicide. The neighbour said they would be going to a doctor in Vancouver to get this done. This baffled my friend, who had seen the woman outside her home, gardening. The husband made other comments suggesting that his wife would be dead soon. She had heart trouble.

My friend tipped off her own nurse to get community services involved and the suicidal woman's depression began to be addressed by a nurse and social worker. This apparently able-bodied woman did not go to Vancouver right away but she had been invited, as soon became clear.

I will let my friend's words testify to the end of that story:

«A few days later the husband came over with a clipboard and a pen. He started by saying, ‘Damn government did not pass the bill.’ He asked me to sign a form – that he needed two signatures for the doctor in Vancouver. He stated that none of their family and friends would sign. I almost passed out!

Seriously. I told him I would not sign. He assumed that it was on religious grounds and I said no it was experiential. He said ‘OK, then I will ask your husband.’ I told him he had better not even bring it up!

We went on a two-day visit to the grandsons and came back on June 7 (the designated day of the euthanasia) and his balcony was draped in black crepe.

Several days later I bumped into him at the mailbox and he complained that none of the neighbours had given condolences even though he made it obvious that [his wife] had ‘passed.’ I asked him how he was and he said that his wife had a nice last day, that she liked the walk around the seawall.

He also told me that he felt sorry for the poor doctor because she was so tired because she had so many euthanasias that day. He and the boyfriend are now residing together in a big new travel coach parked elsewhere in the same trailer park and the Mustang has become the vehicle of preference and he sold his house. No one talks to him...»

This appears to be medical homicide as a solution to depression, apparently facilitated by a husband with other interests.

Several weeks ago I was contacted by the wife of a young man with a neurological disease. The man had been assured by a euthanasia-performing doctor in Vancouver that he qualified for an assisted suicide. He was depressed and never ventured outdoors.

At the patient's invitation I visited him in his shared room in a dingy nursing home, a place once described to me as «a prison.» He told me about his struggle to find a cure with massive doses of vitamins. He was less disabled than, for instance, Walter Lawrence, who works in Vancouver as an inspiring peer counsellor to spinal injury patients and others.

But this patient had lost hope for the future and felt his existence was meaningless and that death was the only solution. This death-focused tunnel vision defines a suicidal depression, and any able-bodied person would be given psychological help to relieve it. This disabled man, who was nowhere near dying, was instead killed by a Vancouver physician.

The physician's rationale for circumventing the law, reportedly given over the phone before she met or examined the patient, was that he could easily get bed sores and then die of infection, so that his death «was reasonably foreseeable.»

What surprised his wife was «how easy» it was for her depressed, self-isolated husband to be killed under the new regime. What seems obvious is that the whole nature of this death is not going to be reported to the Minister of Health or the Minister of Justice – there is no transparency to this system.

Five years from now, the mandatory report is going to be full of bland and self-justifying statistics presented by the very doctors who have done the killing. By sanitizing these medicalized suicides and homicides with the now-familiar euphemisms about «medical aid in dying,» the uninvolved public will be reassured that nothing has gone wrong.

Canada has simply created a system which offers, and completes, suicide for people whose personalities, disabilities and personal situations put them at high risk for it. Well over a hundred real people have died in the few months since the old law was discarded. To complain that this was repeatedly predicted is to indulge in powerless understatement.

And next, we have the unfolding tragedy of palliative care. That medical specialty has always struggled to reassure fearful dying people that palliation has nothing to do with «mercy killing» and assisted suicide. Reluctant families have been truthfully promised that hospice nurses and doctors are not self-appointed angels of death.

Sadly, palliative care wards and hospices across Canada are, right now, in a hailstorm of administrative edicts to perform euthanasia inside their walls, in whispering range of those families and patients who had been promised a refuge of care.

Violating the principles and purposes of palliative care is in no way required by the new law. The thoughtless imposition of this radical shift needs to be halted. Hospital administrators can and must provide other locations for those few final minutes.

Our Minister of Health and her provincial colleagues would be wise to act quickly on this. The principles of suicide prevention have been betrayed. It is not inevitable that the principles of palliative care must be next.


Dr Will Johnston is a family physician in Vancouver. This article has been republished with permission from Huffington Post Canada.





segunda-feira, 10 de outubro de 2016


Pilares da islamização da Turquia:

Escolas, mesquitas e prisões


Burak Bekdil, The Gatestone Institute

A Turquia tem duas vezes mais mesquitas per capita do que o Irão

(Tradução automática no fim)

One way the rise of Islamist authoritarianism in a country can be seen is by the rise in the number of mosques, religious schools and prisons – coupled with a sharp decline in the quality of education. Turkey is no exception.

Most recently, the Turkish government said that it would build 174 new prisons, increasing capacity by 100,000 convicts. This is Turkey's reply to complaints that six convicts must share a cell built for three. Convicts say they must sleep in turns in their bunk beds.

Before that, Turkey's government release nearly 40,000 convicted criminals, in order to make space for tens of thousands of suspects, including journalists, businessmen and academics, detained after the failed coup of July 15.

The other type of trendy building in Turkey is the mosque. Turkey's state-funded Directorate for Religious Affairs (Diyanet) has proudly announced that nearly 9,000 new mosques were built across the country between 2005 and 2015.

The number of mosques in Turkey is estimated at around 90,000, or one mosque per 866 people. Iran, with a similar population to Turkey’s [nearly 78 million] boasts just 48,000 mosques. In other words, Turkey has twice as many mosques as the Islamic Republic of Iran, for roughly the same population. Egypt, which has a population -- nearly 90 million -- bigger than Turkey's, has 67,000 mosques.

Turkey's president, Recep Tayyip Erdogan, has not only been building mosques and prisons to further Islamize the country. He has also passionately been building religious schools [from which he once graduated]. He boasts that during his term as prime minister and president (since November 2002), the number of students enrolled at religious schools, officially called "imam schools," has risen from 60,000 to more than 1.2 million -- a 20-fold increase. In his study, «The Islamization of Turkey: Erdogan's Education Reforms,» Svante E. Cornell wrote that:

The growing efforts at Islamization of Turkish society have largely gone unnoticed. For many years, Islamization was the dog that did not bark: in spite of dire predictions by secularists, the [ruling] AKP did not introduce conspicuous efforts to Islamize Turkey. But since 2011, this has changed. The main exhibit is the education sector, which President Recep Tayyip Erdoğan has remodeled to instill considerably more Islamic content, in line with his stated purpose to raise "pious generations". Ultimately, the Islamic overhaul of the education system is bound to have implications for Turkey's civilizational identity, and on the choices it will make on where it belongs politically.

In 2012, Erdogan's government introduced a contentious 12-year compulsory education system, paving the way for religious middle schools. In 2014, it introduced a scheme which forcibly enrolled about 40,000 students at imam schools. In some districts, imam schools were suddenly the only options for parents who could not afford private schooling. Also in 2014, the government granted permission for girls as young as 10 to wear Islamic headscarves in class.

So, where does Turkey's increasingly Islamist education stand after all those efforts? According to a report released this month by the Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), Turkey is one of the countries with the lowest spending per student. Turkey's public spending for primary and secondary school education, and its spending per university student, were all below the OECD average. The OECD study also found that 43% of Turkish women aged between 15 and 29 were neither working nor receiving education. The OECD average for that group is 17%.

But it is not just about the quantitative findings; qualitative findings also point to an alarming education deficit in Turkey. In 2016, more than two million Turkish high school graduates took the annual national test to enroll at a post-secondary institution. According to the nationwide test results, the students scored an average 4.6 out of 40 questions in mathematics; 7.8 in science and 10.7 in humanities. Ironically, the test results show that the Turkish students do not even have adequate skills in their own language. The average score in Turkish was 19.1 out of 40.

This is the inevitable outcome of systematic Islamization of society in general, and of education in particular, over the past 14 years. The next 14 years will doubtless be far bleaker.

Burak Bekdil is an Ankara-based columnist for the Turkish newspaper Hürriyet Daily News and a fellow at the Middle East Forum.

(Tradução automática)

Pilares da islamização da Turquia:

Escolas, mesquitas e Prisões




Burak Bekdil

Uma maneira a ascensão do autoritarismo islâmico em um país pode ser visto é pelo aumento no número de mesquitas, escolas religiosas e prisões – juntamente com um declínio acentuado na qualidade da educação. Turquia não é excepção.

Mais recentemente, o governo turco disse que iria construir 174 novas prisões , aumentando a capacidade de 100.000 condenados. Esta é a resposta da Turquia de queixas de que seis condenados devem compartilhar uma cela construída para três. Condenados dizem que deve dormir em turnos em seus beliches.

Antes disso, o governo da Turquia lançou cerca de 40.000 criminosos condenados , a fim de abrir espaço para dezenas de milhares de suspeitos, incluindo jornalistas, empresários e acadêmicos, detidos após o fracassado golpe de 15 de Julho.

O outro tipo de edifício moderno na Turquia é a mesquita. Direcção financiada pelo Estado da Turquia para os Assuntos Religiosos ( Diyanet ) orgulhosamente anunciou que cerca de 9.000 novas mesquitas foram construídas em todo o país entre 2005 e 2015.

A Turquia tem duas vezes mais mesquitas per capita do que o Irão

O número de mesquitas na Turquia é estimado em cerca de 90.000, ou uma mesquita por 866 pessoas. Irã, com uma população semelhante à da Turquia [quase 78 milhões] possui apenas 48.000 mesquitas. Em outras palavras, a Turquia tem o dobro de mesquitas do que a República Islâmica do Irão, para aproximadamente a mesma população. O Egito, que tem uma população - quase 90 milhões - maior do que da Turquia, tem 67.000 mesquitas.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, não só tem vindo a construir mesquitas e prisões para islamizar ainda mais o país. Ele também apaixonadamente vindo a construir escolas religiosas [a partir da qual ele já se formou]. Ele se gaba de que durante o seu mandato como primeiro-ministro e presidente (desde Novembro de 2002), o número de alunos matriculados em escolas religiosas, oficialmente chamado de "escolas imam", tem aumentado de 60.000 para mais de 1,2 milhões - um aumento de 20 vezes. Em seu estudo, « A islamização da Turquia: Reforma do Ensino de Erdogan ,» Svante E. Cornell escreveu que:

Os esforços crescentes no islamização da sociedade turca em grande parte passaram despercebidos.Por muitos anos, islamização era o cão que não latiu: apesar de terríveis previsões por secularistas, a [decisão] AKP não introduzir esforços notáveis ​​para islamizar a Turquia. Mas desde 2011, isso mudou. A principal exposição é o sector da educação, que o presidente Recep Tayyip Erdoğan remodelou para incutir consideravelmente mais conteúdo islâmica, em linha com o seu objectivo declarado de levantar "gerações piedosas". Em última análise, a reforma islâmica do sistema de ensino é obrigado a ter implicações para a identidade civilizacional da Turquia, e sobre as escolhas que vai fazer sobre onde ele pertence politicamente.

Em 2012, o governo de Erdogan introduziu um sistema de escolaridade obrigatória de 12 anos contencioso, abrindo o caminho para escolas de ensino médio religiosas. Em 2014, introduziu um regime que, à força inscritos cerca de 40.000 alunos de escolas imã. Em alguns distritos, escolas imam eram de repente a a única opção para os pais que não podiam pagar o ensino privado. Também em 2014, o governo concedeu permissão para meninas de 10 a usar véu islâmico em sala de aula.

Então, onde é que suporte a educação cada vez mais islamita da Turquia depois de todos esses esforços? De acordo com um relatório divulgado este mês pela Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), a Turquia é um dos países com o menor gasto por aluno. A despesa pública da Turquia para o ensino primário e secundário, e seus gastos por estudante universitário, foram todos abaixo da média da OCDE. O estudo da OCDE também constatou que 43% das mulheres turcas com idade entre 15 e 29 eram não trabalhar nem de receber educação. A média da OCDE para esse grupo é de 17%.

Mas não é apenas sobre os resultados quantitativos; achados qualitativos também apontam para um défice de educação alarmante na Turquia. Em 2016, mais de dois milhões de graduados do ensino médio turcos fizeram o teste nacional anual para se inscrever em uma instituição pós-secundária. De acordo com os resultados dos testes em todo o país, os estudantes marcou uma média 4.6 de 40 questões de matemática; 7,8 em ciência e 10,7 em humanidades. Ironicamente, os resultados do teste mostram  que os estudantes turcos nem sequer têm competências adequadas em sua própria língua.A pontuação média em turco foi de 19,1 de 40.

Este é o resultado inevitável de islamização sistemática da sociedade em geral, e da educação, em particular, ao longo dos últimos 14 anos. Os próximos 14 anos será sem dúvida muito mais sombrio.

Burak Bekdil é um colunista com sede em Ankara para o jornal turco Hürriyet Daily News e pesquisador do Middle East Forum.