quarta-feira, 29 de março de 2017

Quem está louco, o Erdogan ou os europeus?


João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador

«Muito honrado capitão Paxá, bem vi as palavras da tua carta. Se em Rhodes tivessem estado os cavaleiros que estão aqui neste curral podes crer que não a terias tomado. Fica a saber que aqui estão portugueses acostumados a matar muitos mouros e têm por capitão António da Silveira, que tem um par de tomates mais fortes que as balas dos teus canhões e que todos os portugueses aqui têm tomates e não temem quem não os tenha!»

Resposta que deu António da Silveira, capitão de Diu, à carta que Suleimão Paxá, comandante turco (que era eunuco), que com 70 galés e 23 000 homens cercava a cidade, defendida por 600 portugueses.

Nessa carta, Suleimão prometia livre saída de pessoas e bens, desde que entregassem a fortaleza e as armas. E prometia esfolar vivos, todos os que não o fizessem, gabando-se de ter com ele muitos guerreiros que ajudaram na conquista de Belgrado, a Hungria e a Ilha de Rhodes. Perguntava no fim a Silveira, como se iria defender num «curral com tão pouco gado!»

Gaspar Correia, «Crónica dos Feitos da Índia», Vol. IV, pág. 34-36.

Recep Tayyip Erdogan, 63 anos, é o Chefe de Estado de um país chamado Turquia, membro da NATO, aspirante frustrado a membro da UE e herdeiro de um dos mais temíveis impérios existentes à face da terra, no segundo milénio da era de Nosso Senhor Jesus Cristo. Império que ganhou projecção mundial após conquistar Constantinopla em 1453, data que marca o fim do Império Romano do Oriente e tida como marco inicial para o que se convencionou chamar «Idade Moderna».

O Império Otomano (1299-1923), que tinha o seu núcleo original no Planalto da Anatólia, quis expandir-se em todas as direcções, nomeadamente para oeste, tendo progredido perigosamente no Norte de África, nos Balcãs e no Mediterrâneo Oriental.

Este império foi finalmente sustido no Norte de África, quando já estava em Argel (porventura a maior motivação para D. Sebastião ter querido ir a Larache, principal objectivo a preservar e que não incluía a surtida que acabou tragicamente em Alcácer Quibir); no Mediterrâneo Oriental foram derrotados na batalha naval de Lepanto, em 1571, mas nunca se conformaram – note-se que foi graças à esquadra portuguesa que foram batidos novamente em Matapão, em 19 de Julho de 1717, faz este ano 300 anos.

Finalmente progrediram nos Balcãs, em direcção à Europa Central, até efectuarem dois terríveis cercos a Viena, coração do Império Austro-Húngaro, dos Habsburgo, em 1529 e 1683, data em que foram inexoravelmente derrotados.

O «croissant», massa folhada em forma de «crescente vermelho», que se passou a comer ao pequeno-almoço e ao lanche, aí está a ilustrar a vitória. Ou seja, cada vez que se come um croissant, quer dizer que se «come» um turco ao pequeno-almoço…

É possível que os turcos, desde então, não achem graça à coisa.

No fim da I Guerra Mundial a dinastia Otomana desapareceu e o seu império desagregou-se, tendo grande parte dos seus territórios ficado debaixo do controlo de potências ocidentais vencedoras da guerra, sob mandato da então Sociedade das Nações, nomeadamente a França e a Inglaterra.

Mais tarde a maioria destes territórios veio a adquirir, sucessivamente, a independência.

A criação do Estado de Israel, em 1948, veio baralhar e complicar ainda mais a complexa geopolítica da região.

Em 1923, o general Mustafá Kemal Atatürk assumiu o cargo de primeiro Presidente da República da Turquia, até à sua morte em 10/11/1938, e transformou o país num estado laico, onde os militares tinham um peso desproporcionado.

A necessidade de conter a URSS no início da Guerra-Fria, no fim da Segunda Guerra Mundial e arranjar um estado tampão no Cáucaso e Médio Oriente, fez com que a Turquia fosse convidada a aderir à NATO, o que aconteceu em 1952.

A Turquia apesar de tudo, dos problemas internos – onde se destaca a questão curda – e dos ódios figadais e seculares (por vezes milenares) entre todos os povos daquela região, teve um papel mais estabilizador do que o contrário.

Seria ocioso explicitar tudo o que se passou.

A Turquia tirou partido da sua participação na NATO, onde a quezília secular com a Grécia, agravada pelo conflito cipriota, constituiu sempre uma dor de cabeça para a Aliança (e agora é também para a UE), recebeu armamento moderno, acesso a tácticas, doutrinas e logística, e permitiu trocas comerciais com os países do Ocidente, facilitando a emigração de largas massas de turcos e curdos para a Europa.

O ovo da serpente começou a crescer desmesuradamente…

E pertencer à NATO ajudava a conter um dos seus ancestrais inimigos, o Império Russo!

Quando Erdogan chega a chefe do Governo (2003-2014) e a presidente, logo de seguida, tudo muda: cada vez há maior oposição na UE, nomeadamente em França (melhor dizendo, no Grande Oriente Francês…) relativamente à entrada da Turquia na UE. Chegaram inclusive, ao ponto de assumirem como «dogma de fé» que na Arménia tinha havido um genocídio de cristãos, feito pelos Otomanos, entre 1915 e 1923 (o que por acaso até é verdade).[1]

Ankara, obviamente estrebuchou.

Erdogan – que em 1994, proferiu uma frase algo premonitória, «a democracia é um comboio: quando se chega ao nosso destino, saímos» – começou paulatinamente a por de lado a herança de Atatürk e a retirar poderes aos militares.

A seguir entrou numa deriva islamita, torpedeando o laicismo e aproximando-se de tudo o que preconiza o Corão.

Finalmente envolveu-se no conflito Sírio e ficou submerso de refugiados.

Em 15/7/2016 deu-se um estranhíssimo caso de tentativa de golpe de Estado.

O que se passou parece um decalque do «11 de Março de 75», português.

Erdogan não perde tempo e parte à perseguição dos seus opositores.

Prendeu-os e saneou-os, às dezenas de milhar e insiste para que os EUA extraditem um conterrâneo seu (de que ninguém ouvira falar até então), como suposto cabecilha do frustrado golpe de Estado.

O homem – Fethullah Gülen – ainda vive nos EUA, mas as principais potências ficaram quedas e mudas, a olharem para ontem, sem saberem o que fazer ou dizer.

Erdogan tarda, mas arrecada.

Com estes trunfos na mão, embala para mudar a Constituição a fim de reforçar o seu poder. Pelos vistos a eternizar-se nele.

Estamos pois em vista de um potencial «Califa», que a seu tempo ocupará o palácio de Topkapi. Só falta organizar o Serralho e o Regimento de Janízaros.

Porém, para obter estes poderes necessita de votos para um referendo que quer fazer, prestes. Os turcos existentes nos seus domínios não lhe chegam e pretende catequizar a diáspora.

E não se fez rogado: país onde houvesse comunidade que valesse a pena influenciar, seria «invadida» por comparsas seus, a começar por membros do seu próprio governo!

Não sabemos exactamente o modo como informou os governos dos países visados ou sequer se deu ao trabalho de o fazer; queria ir e pronto!

Quando os governos e as opiniões públicas de alguns dos países europeus visados souberam da trama, dispuseram-se a contestar tais desejos/ordens.

O que espoletou a ira do putativo otomano e foi um ver se te avias de guerra de palavras, ameaças e despautérios.

O que encontra amplos antecedentes nos devaneios democráticos e cobardia dos países europeus e da UE, a que têm o despautério de apelidar de «superioridade moral da democracia»!

Chamam-lhe um figo…

Os países europeus reagiram individualmente de um modo frouxo, cobardolas e apaziguador, o que denota o estado de degenerescência política, social e anímica, em que a Europa se encontra (para já não falar na incapacidade militar, que é consequência daquelas…).

A UE como tal, não reagiu e por cá ouviram-se umas frases de circunstância circunspecta. Ou seja os europeus viraram uns verdadeiros eunucos…

Entretanto o grão-turco profere ameaças e manda, filantropicamente – só pode – as famílias turcas emigradas, terem cinco filhos.

Compreende-se: enquanto não têm balas, disparam rebentos.

Como fazem cá falta os tomates do capitão António da Silveira e dos cavaleiros que estavam com ele, em Diu.


[1] Onde se estimam tenham perecido entre 800 000 a 1 800 000 pessoas.





quinta-feira, 23 de março de 2017

França: Desradicalização de jihadistas é um «Total Fiasco»


Soeren Kern, Gatestoneinstitute, 22 de Março de 2017


O relatório conclui que a desradicalização, seja em centros especializados ou em prisões, não funciona pelo facto da maioria dos radicais islâmicos não aceitarem a desradicalização.
  • Estima-se que haja em França cerca de 8 250 radicais islâmicos extremamente violentos, apenas 17 apresentaram a papelada e apenas nove de facto foram até lá. Nenhum dos residentes permaneceu para completar o currículo de dez meses.
  • Ao alojá-los em pavilhões prisionais separados, os islamistas na realidade  tornaram-se ainda mais violentos por se sentirem encorajados pelo que eles chamavam de «efeito grupal», segundo o ministro da Justiça Jean-Jacques Urvoas.
  • «Desradicalizar uma pessoa não é um trabalho de seis meses. Estas pessoas, às quais não foram dadas um ideal e que ainda não abraçaram a ideologia do Estado islâmico, não se irão livrar dela facilmente. Não há um abre-te sésamo» — senadora Esther Benbassa.
  • «O programa de desradicalização é um total fiasco. Tudo tem que ser repensado, tudo deve ser redesenhado a partir do zero». — senador Philippe Bas, presidente da comissão do Senado que encomendou o relatório.
O principal programa do governo francês para desradicalizar jihadistas é um «fracasso total» e deve ser «completamente reconceituado» segundo as conclusões iniciais de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a desradicalização.

O relatório preliminar revela que o governo não tem nada de positivo para mostrar no tocante às dezenas de milhões de euros dos contribuintes gastos ao longo dos últimos anos para combater a radicalização islâmica em França, onde 238 pessoas foram mortas em ataques jihadistas desde Janeiro de 2015. O relatório conclui que a desradicalização, seja em centros especializados ou em prisões, não funciona pelo facto da maioria dos radicais islâmicos não aceitarem a desradicalização.

O relatório chamado de «Desdoutrinação, Desrecrutamento e Reintegração de Jihadistas em França e na Europa» (Désendoctrinement, désembrigadement et réinsertion des djihadistes en France et en Europe) — o título evita usar a palavra «desradicalização» por ser considerada por alguns como sendo politicamente incorreta — foi apresentado em 22 de Fevereiro ao comité do Senado para assuntos constitucionais e jurídicos.

O relatório é a versão preliminar de um estudo abrangente que está a ser conduzido por uma task force multipartidária encarregada de avaliar a eficácia dos programas de desradicalização do Governo. O relatório final deverá ser entregue em Julho.

Grande parte das críticas concentra-se num programa de US$42 bilhões para construir 13 centros de desradicalização — conhecidos como Centros de Prevenção, Integração e Cidadania (Centre de prévention, d'insertion et de citoyenneté, CPIC) — um em cada uma das regiões metropolitanas de França, que visa desradicalizar futuros jihadistas.

O plano original apresentado com grande alarde em Maio de 2016, conclamou que cada centro devesse acolher no máximo 25 pessoas com idades entre os 18 e 30 anos, por períodos de dez meses. O Governo comunicou que 3 600 indivíduos radicalizados seriam acolhidos nestes centros de desradicalização nos próximos dois anos.

O primeiro e único centro de desradicalização do Governo existente até agora instalado no Château de Pontourny, uma mansão isolada do século XVIII na região central de França, foi inaugurado em Setembro de 2016.

Quando as senadoras Esther Benbassa e Catherine Troendle, ambas líderes da task force visitaram Pontourny em 3 de Fevereiro, encontraram apenas um residente naquele abrigo. Desde então o referido residente encontra-se preso por ter cometido «actos de violência doméstica».

Depois de apenas cinco meses de trabalho, Pontourny encontra-se vazia, muito embora empregue (27 funcionários, incluindo 5 psicólogos, 1 psiquiatra e 9 educadores, a um custo anual US$2,6 milhões).

«Centro de Prevenção, Integração e Cidadania» Château de Pontourny, em França.
(Imagem: captura de tela de vídeo ARTE − 28 minutos)

Estima-se que haja em França cerca de 8 250 radicais islâmicos extremamente violentos, apenas 59 pessoas indagaram sobre a possibilidade de irem para Pontourny desde a sua inauguração. Destas, apenas 17 apresentaram a papelada e apenas nove de facto foram até lá. Nenhum dos residentes permaneceu para completar o currículo de dez meses.

Um dos residentes era um jihadista de 24 anos de idade chamado Mustafa S., que foi preso durante uma operação antiterrorista perto de Estrasburgo em 20 de Janeiro de 2017. A polícia disse que ele tinha ligações com um dos autores do ataque jihadista de Novembro 2015 na casa de espectáculos Bataclan em Paris. Mustafa S. foi preso quando estava de licença de Pontourny: ao que tudo indica, ele estava a caminho para se juntar ao Estado islâmico na Síria.

Outro residente de Pontourny era uma mulher de 24 anos de idade, grávida, chamada Sabrina C., que morou no alojamento de 19 de Setembro a 15 de Dezembro. Ela revelou a um jornal local que nunca foi radicalizada, mas aproveitou a oportunidade oferecida por Pontourny para escapar do seu «casulo familiar» e respirar um pouco de «ar fresco»:

«Eu jamais me interessei por qualquer religião. A minha família é católica, não praticante, nós vamos à Igreja de vez em quando, mas não mais do que isso. Meu namorado queria que eu usasse o véu islâmico, mas sempre me recusei a usá-lo».

A mãe de Sabrina disse que o centro de desradicalização «foi a oportunidade para a nossa filha participar na formação profissional, aprender a cozinhar, estar perto dos animais». Por outro lado Sabrina acrescentou que a permanência naquele lugar foi um pesadelo, salientando que: «chorava todas as noites, e não me sentia à vontade. Em Pontourny tratavam-me como uma criminosa». Acredita que a única razão dela ter sido autorizada a ficar no centro foi porque o governo precisava de «mostrar serviço».

O governo também fracassou nos seus programas para erradicar a radicalização islâmica nas prisões francesas. Em Outubro de 2016 o governo voltou atrás sobre a política de alojar presidiários radicalizados em unidades separadas após o aumento de ataques a guardas prisionais.

A ideia original era isolar os islamistas a fim de evitar que eles radicalizassem os outros detidos, mas o ministro da Justiça Jean-Jacques Urvoas reconheceu que ao alojá-los em pavilhões prisionais separados, os islamistas na realidade tornaram-se ainda mais violentos por se sentirem encorajados pelo que eles chamavam de «efeito grupal».

O relatório também denunciou o surgimento de uma «indústria da desradicalização», na qual associações e organizações não governamentais, sem nenhuma experiência em desradicalização, obtiveram contractos lucrativos do Governo. «Várias associações, procurando o financiamento público em períodos de vacas magras, viraram-se para o sector de desradicalização, sem nenhuma experiência», de acordo com a senadora Benbassa.

Benbassa salientou que o programa de desradicalização do Governo foi mal concebido, implantado apressadamente por razões políticas mediante a crescente ameaça jihadista. «O governo estava em pânico em consequência dos ataques jihadistas» assinalou. «Foi o pânico que guiou as acções do Governo. O timing político era curto, era necessário tranquilizar o público em geral.»

O sociólogo franco-iraniano Farhad Khosrokhavar, especialista em radicalização, realçou à France 24 que a única opção do Governo para lidar com os jihadistas violentos é encarcerá-los:

«Há aqueles passíveis de serem desradicalizados, mas nem todos. Isso é impossível com os jihadistas violentos, e totalmente convictos. Os jihadistas com estes perfis são extremamente perigosos, representam cerca de 10% a 15% dos radicalizados. A prisão provavelmente é uma das únicas maneiras de lidar com esses obstinados fiéis».

Em entrevista concedida ao L'Obs, Benbassa indicou que o governo também não teve sucesso quanto à prevenção:

«Jovens candidatos ao jihadismo devem ser socializados.Temos que profissionalizá-los, dar-lhes um acompanhamento individualizado. Isto envolve a ajuda da família, imãs, policiais locais, educadores, psicólogos e líderes empresariais, que também podem colaborar...»

«Eu também acho que os nossos líderes políticos deveriam adoptar um pouco mais de sobriedade e humildade ao abordarem este complexo fenómeno. A tarefa é extremamente complicada. 'Desradicalizar' uma pessoa não é um trabalho de seis meses. Estas pessoas, às quais não foram dadas um ideal e que ainda não abraçaram a ideologia do Estado islâmico, não se irão livrar dela facilmente. Não há um abre-te sésamo».

O senador Philippe Bas, presidente da comissão do Senado que encomendou o relatório descreveu o programa de desradicalização do Governo da seguinte maneira: «é um total fiasco. Tudo tem que ser repensado, tudo deve ser redesenhado a partir do zero».


Tradução: Joseph Skilnik





domingo, 19 de março de 2017

Deixemos de brincar ao «faz de conta» com o Islão


William Kilpatrick, The Catholica Thing, 9 de Março de 2017

É lamentável que o tenente-general William McMaster, o novo Conselheiro do Presidente Trump para assuntos de Segurança Nacional, tenha dito que o Estado Islâmico é «não islâmico». Insistiu também que organizações como o Estado Islâmico «utilizam cinicamente interpretações perversas da religião para incitar ao ódio e justificar crueldade horrenda contra inocentes». Em suma, ao que parece, o general considera que o terrorismo não tem nada a ver com o Islão.

Este era o pensamento dominante durante a administração de Obama. E ao longo desses oito anos a ameaça islâmica aumentou exponencialmente. Seria uma pena se uma figura chave da nova equipa de Segurança Nacional perpetuasse tais visões simplistas do terrorismo islâmico.

Muitos dos líderes eclesiais têm visões semelhantes. Ao longo dos últimos quatro anos temos ouvido uma série de pronunciamentos que indicam que existe um sólido muro que separa o Islão da violência.

Aparentemente há quem acredite nestas balelas. Outros talvez as vejam como uma boa estratégia, uma forma de fortalecer o «Islão moderado». Os estrategas gostam de afirmar que a crítica do Islão acaba por conduzir os moderados para o campo dos radicais. Deste ponto de vista, a única forma de promover a mudança no Islão é elogiando-o, na esperança de que isso leve a bom porto.

Mas não é uma grande estratégia. Na realidade, dá vantagem aos radicais. É que se toda a gente, desde os conselheiros para a segurança nacional até ao Papa, diz que o Islão está lindamente como está, então não há qualquer incentivo para mudar. Se não existe qualquer problema com o Islão, mas apenas com grupos extremistas «não islâmicos», estamos a cortar as pernas aos reformadores muçulmanos. Ser um muçulmano moderado já é difícil, porque é que os reformadores hão-de arriscar a pele, sabendo que não terão qualquer apoio de não muçulmanos proeminentes? E porque é que os restantes muçulmanos os hão-de escutar, se tudo está bem como está? Esta estratégia é que afasta os muçulmanos dos moderados e dos reformadores e os conduz para os braços dos imãs radicais.

Partimos do princípio que as mesquitas, as escolas islâmicas e os imãs terão um efeito moderador sobre os muçulmanos, mas a verdade é outra. Cinco estudos independentes (quatro nos Estados Unidos e um no Canadá) revelam que cerca de 80% das mesquitas promovem posições extremistas. A maioria mal pode ser considerada moderada. Por exemplo, quando o Movimento de Reforma Muçulmana enviou uma carta a mais de três mil mesquitas americanas em busca de apoio, receberam apenas quarenta respostas e dessas apenas nove eram positivas, segundo o seu líder Zuhdi Jasser. Talvez tenham visto Jasser na televisão, é a encarnação da moderação e da razoabilidade. Mas a maioria dos líderes muçulmanos não quer ter nada com ele. Aparentemente, eles não acham que exista qualquer razão para reforma.

Noutros países, como já sabemos, as mesquitas são frequentemente locais de recrutamento e radicalização. Às vezes até servem como depósitos de armas. Quando acontece um ataque terrorista em solo islâmico as autoridades respondem fazendo rusgas e fechando mesquitas. Até alguns países ocidentais «iluminados» adoptaram a política de «cherchez la mosquée». Depois de ataques terroristas tanto França como a Alemanha têm levado a cabo numerosas rusgas a mesquitas.

Por isso quando os líderes católicos afirmam existir uma equivalência entre o cristianismo e o Islão – como fazem frequentemente – estão a encorajar os muçulmanos a buscar sentido numa fé que encontra o seu sentido na jihad. O Papa Francisco chegou a dizer a um grupo de migrantes que poderiam encontrar orientações nos seus textos sagrados – a Bíblia para os cristãos e o Alcorão para os muçulmanos. Mas este tipo de conselhos apenas empurra os muçulmanos para os braços de um fundamentalismo que o Papa acredita que é defendido por poucos.

De acordo com a definição ocidental de «fundamentalismo», o Islão é uma religião fundamentalista. A maioria dos muçulmanos lê o Alcorão de forma literal e é assim mesmo que os seus imãs dizem que deve ser feito.

Mas se estamos verdadeiramente interessados em ver o Islão virar-se para um caminho moderado, então temos de deixar de o mimar e começar a criticar. Como escreve a ex-muçulmana Nonie Darwish, «o Ocidente não está a fazer favor algum aos muçulmanos, tratando-os como crianças que devem ser escudadas da realidade.»

A realidade é que há mesmo algo de errado com as duríssimas leis islâmicas contra a blasfémia e a apostasia, o tratamento das mulheres, crianças e minorias, entre muitas outras coisas, incluindo o apelo à jihad.

Chegou a hora de deixar de brincar ao «faz de conta». As nações islâmicas não vão resolver estes problemas enquanto as nações não-islâmicas e os líderes das igrejas não as pressionarem. A Arábia Saudita só aboliu formalmente a escravatura em 1962 por causa da intensa pressão ocidental.

Porquê? Porque, como muitos observadores já afirmaram, as sociedades islâmicas não são dadas à introspecção. Raphael Patai, autor do livro «A Mente Árabe», sugere que a crença islâmica no destino ou na predestinação leva a uma «desinclinação para fazer esforços para mudar ou melhorar as coisas».

Quando os líderes ocidentais dizem aos muçulmanos que a sua religião merece muito respeito isso pode ser bom para a auto-estima e fazer com que os ocidentais se sintam tolerantes, mas não os encoraja a ver que há algo de errado. Em vez disso devíamos estar a dizer aos muçulmanos, da forma mais diplomática possível, que muitos dos aspectos da sua fé são profundamente perturbadores e que enquanto não fizerem nada sobre o assunto teremos de considerar medidas severas, como interromper o diálogo (no que diz respeito à Igreja) ou retirar ajuda externa, aplicar sanções ou desinvestir (no que diz respeito a governos e empresas).

No mínimo, devíamos fechar as nossas portas à imigração dos estados islâmicos mais problemáticos. Algumas pessoas advertem que tal proibição apenas aumentará o ódio dos muçulmanos pelo Ocidente. Talvez isso aconteça com alguns muçulmanos. Mas uma posição firme e decisiva poderá também levar muitos a pensar duas vezes sobre o Islão.

O menino mimado só começa a questionar-se quando os outros meninos deixam de brincar com ele. Depois do 11 de Setembro muitos americanos perguntaram «Porque é que nos odeiam?». Por outras palavras, «O que é que fizemos de errado?». Chegou a altura de o mundo muçulmano começar a fazer a mesma pergunta. Mas nunca o fará enquanto o Ocidente mantiver a sua posição de que está tudo bem com o Islão.

William Kilpatrick é autor do livro «Christianity, Islam and Atheism: The Struggle for the Soul of the West» e de «The Politically Incorrect Guide to Jihad». Para mais informação sobre a sua obra visitem o site The Turning Point Project.





sábado, 18 de março de 2017

Iniciativa da Casa Branca para derrotar o Islão radical


Daniel Pipes e Christopher C. Hull, The Washington Times, 20 de Fevereiro de 2017



Quem é o inimigo? Já se passaram mais de 15 anos desde que ocorreram os ataques do 11 de Setembro e esta questão fundamental ainda nos atormenta. Faziam parte das respostas meritórias: malfeitores, extremistas violentos, terroristas, muçulmanos e islamistas.

Para ilustrar como não responder a esta questão, em 2010 a Administração Obama formou o Grupo de Trabalho para o Combate ao Extremismo Violento (CVE em inglês) incluindo participantes que apareceram com pérolas do tipo: a classificação da «Jihad como guerra santa é uma invenção europeia», a volta do Califado é «inevitável», a Sharia (lei islâmica) é «mal interpretada» e o «terrorismo islâmico é uma contradição de termos... pelo facto do terrorismo não ser islâmico por definição». Qual foi o resultado? O grupo produziu uma propaganda útil ao inimigo (sem dar nomes aos bois).

Como não responder ao terrorismo: Cúpula na Casa Branca
para Combater o Extremismo Violento, estrelando Barack Obama.
Diferentemente, o então candidato à presidência Donald Trump preferiu um forte discurso em Agosto de 2016 indicando como ele, se eleito presidente, iria «Fazer a América Segura Novamente.» Nele prometeu: «um dos meus primeiros actos como presidente será o de estabelecer uma comissão para tratar do Islão radical». Observação: ele disse Islão radical, não qualquer tipo de eufemismo como extremismo violento.

A meta da comissão, destacou ele, «será a de identificar e explicar ao povo americano o cerne das convicções e crenças do Islão radical, para que possam identificar os sinais de alerta da radicalização e para expor as redes na nossa sociedade que dão suporte à radicalização». A comissão «irá incluir as vozes reformistas da comunidade muçulmana», com o objectivo de «desenvolver os novos protocolos para os agentes da polícia local, investigadores federais e agentes da imigração».

Donald Trump discursando em 15 de Agosto de 2016 sobre a necessidade
da formação de uma comissão para deliberar sobre o Islão radical.
Em 2 de Fevereiro a agência Reuters reportou que em conformidade com a declaração proferida em Agosto, a Administração Trump «deseja renovar e mudar o nome» do antigo CVE de Obama, que dirigia o foco exclusivamente em cima do islamismo. O simbolismo desta mudança, o nome Combate ao Extremismo Violento será alterado para «Combate ao Extremismo do Islão Radical» (ou para algo equivalente).

Para aproveitar ao máximo esta oportunidade histórica, o Middle East Forum elaborou um programa abrangente para a Comissão da Casa Branca sobre o Islão radical e como a administração deverá proceder. A seguir apresentamos um resumo da nossa apreciação da maneira da comissão trabalhar e impactar:

Estrutura. Para que haja resultados positivos, todos os integrantes da equipa deverão ser escolhidos pelo presidente. Muitas comissões consistiam de pessoas com ideologias e agendas contrastantes que martelavam relatórios autoconflitantes, desagradando à administração e depois acabaram por ser excluidos. Além disso é necessário aprender com as disputas da Comissão Tower, que carecia de poderes suficientes, além do precedente da Comissão Three Mile Island, que na realidade tinha poderes, a comissão precisa desfrutar do poder de intimar a apresentação de documentos, condução coercitiva e concessão de imunidade.

Outra maneira equívoca de responder ao terrorismo:
Ronald Reagan e o relatório da Comissão Tower
Pessoal. A comissão deverá incluir uma combinação de especialistas em violência política e em Islão radical, bem como representantes eleitos, representantes dos agentes da lei, militares, inteligência e comunidades diplomáticas, especialistas em tecnologia, muçulmanos reformistas (conforme insistência do presidente) e vítimas do Islão radical. Também deverá contar com intermediadores para fazerem o meio do campo, em última análise, com aqueles que irão implementar as recomendações da comissão: secretários dos departamentos de Estado, Departamento de Segurança Nacional, Procurador Geral e o director da CIA.

Instrução. A comissão deverá estender-se no compromisso de Trump de explicar o cerne das convicções dos islamistas (ou seja, a aplicação plena e rigorosa da Sharia), expor as suas ramificações e desenvolver novos protocolos para a aplicação da lei. Além disso, deverá examinar a fonte dos recursos dos islamistas e como interrompê-la, descobrir como impedir que usem a Internet, apresentar mudanças nas práticas de imigração e avaliar como o politicamente correcto impede uma avaliação honesta do Islão radical.

Implementação. Para que o trabalho da comissão seja relevante, deverá estar concatenada com as agências federais para acumular dados e elaborar recomendações, redigir ordens e legislação executivas, fornecer documentos de suporte, preparar solicitações de propostas, esboçar memorandos para os governos estaduais e locais, recomendar pessoal e delinear orçamentos. Para encerrar, a comissão deve estar cônscia de que as suas recomendações poderão ser usadas como prova em processos penais, como já aconteceu diversas vezes no passado (por exemplo, nas comissões Warren, Rogers e Tower).

O objectivo geral da Comissão da Casa Branca sobre o Islão radical deve ser o de unir o povo americano em torno de um entendimento comum sobre a natureza do inimigo, como o inimigo pode ser derrotado e pormenores para que este objectivo possa ser alcançado.

Quem sabe se isto irá iniciar o processo, demasiadamente atrasado, de vencer uma guerra que já se estendeu demais. Os Estados Unidos possuem todas as vantagens económicas e militares, faltam-lhes somente uma política e uma estratégia, que a nova administração, contando com uma comissão de primeira linha, poderá finalmente executar.

Daniel Pipes (DanielPipes.org, @DanielPipes) é o presidente do Middle East Forum. 

Christopher C. Hull (IssueManagement.net, @ChristopherHull) é o presidente do Issue Management, Inc.





quinta-feira, 9 de março de 2017

Segundo um relatório oficial, os «Irmãos Muçulmanos» pretendem construir uma sociedade paralela na Suécia




Anne Dolhein, Reinformação.TV, 8 de Março de 2017

Un rapport commandé par une agence du ministère de la Défense de la Suède, publié vendredi, met en garde contre l’objectif des Frères musulmans de construire une société «parallèle» dans le pays, grâce à la culture de «tolérance» qui a cours en Suède. Le rapport officiel, remis à l’agence de protection civile MSB, est étonnant de franchise. Il accuse les Frères musulmans d’infiltrer les organisations et des partis politiques pour parvenir à leurs fins.

Le rapporteur principal, Magnus Norell, et ses coauteurs n’hésitent même pas à dénoncer les «élites politiques» coupables selon eux d’avoir imposé une doctrine du multiculturalisme et du silence qui offre un boulevard aux organisations «antidémocratiques» comme les Frères musulmans.

Le rapport a été accueilli avec colère en Suède où les musulmans, notamment, dénoncent une présentation délétère de leur religion, et de manière générale on parle d’une analyse «complotiste».

Un rapport officiel dénonce la culture de la tolérance en Suède

Pour les auteurs du rapport, il est au contraire évident que les Frères musulmans travaillent à faire augmenter le nombre de musulmans pratiquants en Suède, en essayant de faire reculer la laïcité et de noyauter des partis politiques, des ONG et même des institutions universitaires. Tout cela à la faveur de la valeur accordée à «l’acceptation» des citoyens qui sont «en un sens ou dans un autre différents de la majorité».

Le rapport analyse également le type d’islam promu par les Frères musulmans: il est décrit comme une idéologie politique totalitaire née de l’islam, dans lequel le rapport reconnaît une religion. Autant dire que les auteurs ne vont pas jusqu’au bout de leur étude: l’islam a certes une dimension religieuse mais prône une théocratie sans distinction du spirituel et du temporel, c’est sa nature.

Mais là où le rapport voit juste, c’est quand il dénonce la «difficulté à s’opposer à ce qui a la surface, apparaît comme les droits religieux» d’une minorité vulnérable. Critiquer l’islam, de ce fait, expose l’imprudent à se faire traiter de «raciste» ou d’«islamophobe», avec des risques non négligeables pour sa carrière… Les auteurs pensaient-ils à leur propre cas?

Les Frères musulmans de Suède veulent fabriquer des musulmans pratiquants

Toujours est-il que de nombreuses voix se sont levées pour dénoncer la publication du résultat de leur enquête, 22 universitaires et «experts en religion» ont ainsi publié un message sur un blog mettant en cause la méthodologie de leur travail.

Magnus Novell ne s’est pas démonté: «Avaient-ils fumé quelque chose avant de lire le rapport? Il suffit de le lire. Si quelqu’un ne l’accepte pas, je n’y peux pas grand-chose. C’est démontré».

Le rapport accuse notamment les activistes des Frères musulmans de menacer la cohésion sociale de la Suède en construisant des structures sociales parallèles qui vont notamment dans les années à venir attirer les migrants d’Afrique et du Proche-Orient «qui vont probablement continuer de venir dans les prochaines années, à la fois en tant que membres des familles et comme réfugiés…».

L’islam est un tout, c’est pourquoi les Frères musulmans créent une société parallèle

Le rapport a tout faux, rétorquent les 22 universitaires qui se sont mobilisés pour le discréditer, en ce qu’il «semble conclure que l’islam de Suède est un phénomène homogène et que les musulmans suédois sont conduits par les Frères musulmans». «C’est une conclusion qui contredit la recherche dans son ensemble, qui indique plutôt que la communauté musulmane est diverse et qu’il y a de la concurrence entre les groupes musulmans», affirme-t-il.

Mais les Frères musulmans n’en sont pas moins influents, particulièrement actifs en Europe et fermement attachés à la création d’un califat sunnite. Les gouvernements de Bahreïn, d’Égypte, de Russie, d’Arabie saoudite et des Emirats arabes unis les considèrent comme un groupe terroriste. C’est sans doute une manifestation de cette rivalité musulmane dont parlent les universitaires. Mais la liberté de manœuvre des «Frères» dans le pays d’Occident n’en est pas moins inquiétante.





sexta-feira, 3 de março de 2017

Trump no Congresso: ele tocou os estômagos, os corações e os espíritos!

Então, Pelosi, McCain et Graham… vem ou não este golpe de estado?...

André Archimbaud, Bvoltaire, 2 de Março de 2017

Il y a ceux qui se rendent au chevet de jeunes innocents martyrisés par l’implacable police. Il y a ceux qui prospèrent dans le clientélisme ethno-catégoriel. Il y a ceux qui rééduquent la jeunesse, le peuple, la nation, le monde. Bref, ceux qui adorent les idoles. Et puis il y ceux qui choisissent de vivre, renversent les idoles, rassemblent, montrent le chemin, donnent un sens à la politique. Les révolutionnaires…

Le discours de Donald Trump du 28 février 2017 restera dans les annales de la politique américaine. Certes, un discours est seulement un discours, fait de quelques mots juxtaposés par des rédacteurs professionnels, et récités avec plus ou moins de talent. Mais les Américains ont eu droit à plus que ça: une cérémonie, celle de la fusion des institutions avec un homme, une fois de plus sous-estimé par ses adversaires. Une dernière chance pour ces institutions de fusionner avec le peuple…

Trump, diabolique, leur a donné cette chance. Et les idoles vacillent. Une majorité des élus républicains est tombée sous le charme.

Une minorité des élus démocrates également. Ces derniers ont donc un choix: ou bien répondre aux appels à l’unité pour réparer le pays et lui rendre la prospérité, ou bien continuer de respecter les mots d’ordre de grève donnés par Soros, Pelosi et les donateurs dans les salons de l’hôtel Mandarin de Washington, le 13 novembre dernier. Ordre renouvelé le 21 janvier à Miami par le clintonien David Brock, fort de sa récente cagnotte: American Bridge.

Le matin même, Pelosi claironnait qu’un effort méthodique visant l’impeachment de Trump était en route. Il suffisait de voir son visage le soir, au Capitole, tout comme celui d’Elizabeth Warren, ou ceux de ses vieillissantes collègues déguisées en «vestales» au blanc virginal, celui du droit des femmes, pour comprendre qu’il se passait quelque chose d’imprévu.

Certes, Pelosi avait invité ses contingents d‘immigrant illégaux, les «dreamers», croyant faire mouche. Mais la culpabilisation changea de bord. Champion de la contre-attaque, Trump avait invité les familles de citoyens dont les proches avait été tués par des repris de justice, immigrants illégaux. Il mit les victimes à l’honneur, devant environ 50 millions de téléspectateurs et internautes, ovation après ovation. Mais, surtout, maître de l’esquive, il sut concentrer les cœurs sur l’essentiel: le patriotisme, incarné par Carryn Owens, la jeune veuve du commando de marine Ryan Owens, tout récemment mort au Yémen… au cours d’une mission qualifiée d’incompétente par le pontifiant et cacochyme sénateur républicain McCain. Pas de chance! Les parlementaires accordèrent plus de deux minutes d’applaudissements à la veuve, les yeux au ciel, évoquant les mânes de son époux. McCain rongeait le tapis…

Moment fusionnel… Van Jones, le chroniqueur de CNN habituellement si hostile à Trump, concluait: «C’est à ce moment précis [que Trump] est devenu président, point final!»

Ayant touché les tripes et le cœur, restait au président la tâche de convaincre les esprits en traçant un plan d’action simple et clair, et surtout le plus bipartisan possible: en insérant des coins entre les establishments des deux partis et leurs «travailliste patriotiques», il a tenté de les rallier à des politiques communes (fiscalité, santé, infrastructure, immigration). Le 1er mars, la Bourse exulte. La Russie un peu moins…

Alors, Pelosi, McCain et Graham… il vient ou pas, ce coup d’État?




O futuro demográfico muçulmano na Alemanha


Fora com os idosos, bem-vindos os jovens...

Soeren Kern, Gatestone, 2 de Março de 2017

Original em inglês: Germany's Muslim Demographic Future
  • Os críticos da política de imigração de portas abertas na Alemanha estão a alertar que o recente salto da população muçulmana na Alemanha – que já ultrapassou pela primeira vez a casa dos seis milhões de pessoas em 2016 – mudou para sempre a cara do país.
  • O preço para inverter o declínio demográfico na Alemanha parece ser islamizar ainda mais o país, sob o pretexto do multiculturalismo.
  • Com uma taxa de fertilidade de 1,6 nascimento por mulher, bem abaixo da taxa de substituição populacional de 2,1, a Alemanha irá necessitar de um influxo permanente de 300 000 migrantes por ano a fim de manter estável o nível da população actual até ao ano 2060, segundo o documento.
  • «Estamos a importar o extremismo islâmico, o anti-semitismo árabe, conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como um entendimento diferente de sociedade e lei. As agências de segurança alemãs não têm condições de lidar com estes problemas de segurança importados e as consequentes reacções da população alemã» − documento tirado da inteligência alemã.
  • Há mais de uma década, o historiador Bernard Lewis alertou que se as propensões migratórias actuais continuarem, a Europa será islâmica até ao final do século XXI. As elites políticas na Alemanha estão na vanguarda de tornar essa previsão uma realidade.
A Alemanha terá que absorver anualmente 300 000 migrantes nos próximos 40 anos para conter o declínio populacional, de acordo com um parecer tirado do governo.

Os excertos do documento que foram publicados pelo Rheinische Post em 1 de Fevereiro, revelam que o governo alemão conta com a migração contínua de um grande contingente de pessoas — aparentemente de África, Ásia e Médio Oriente — para manter a dimensão da actual população alemã (82,8 milhões) estável até 2060.

O documento indica que a decisão da chanceler Angela Merkel de permitir a entrada no país de cerca de 1,5 milhões de migrantes, na sua maioria muçulmanos, entre 2015 e 2016 não foi primordialmente um gesto humanitário mas sim uma iniciativa calculada para evitar o declínio demográfico da Alemanha e preservar a viabilidade do futuro e do bem estar social do Estado alemão.

Se a maioria dos novos migrantes que chegarem à Alemanha nas próximas quatro décadas forem do mundo islâmico, a população muçulmana da Alemanha poderá saltar para bem mais de 20 milhões e representar mais de 25% da população alemã em 2060.

Os críticos da política de imigração de portas abertas na Alemanha estão a alertar que o recente salto da população muçulmana na Alemanha – que já ultrapassou, pela primeira vez, os seis milhões de pessoas em 2016 – mudou para sempre a cara do país.

A migração em massa está a impulsionar apressadamente a ascensão do Islão na Alemanha, conforme evidenciado pela proliferação de zonas proibidastribunais da Shariapoligamiacasamentos de crianças e violência em nome da honra. A migração em massa também é responsável pelo caos social, incluindo ataques jihadistas, a epidemia de estupros cometidos por migrantes, a crise na saúde pública, o aumento da criminalidade e a corrida de cidadãos alemães para comprarem armas para defesa pessoal – e até mesmo abandonaarem para sempre a Alemanha.

O governo não disse como pretende integrar outros milhões de muçulmanos em potencial na sociedade alemã. O preço para inverter o declínio demográfico na Alemanha parece ser islamizar ainda mais a Alemanha, sob o pretexto do multiculturalismo.

Segundo o documento que foi elaborado pelo Departamento Federal de Estatística (Destatis), o Governo havia previsto anteriormente que a população da Alemanha cairia do patamar de 82 milhões para 73 milhões até ao ano de 2060 – ou até mesmo para 67,6 milhões na pior das hipóteses. Esta estimativa já está a ser revista, no entanto, com base num novo recálculo das previsões em relação à imigração, taxas de natalidade e expectativa de vida.

Devido à migração líquida positiva (mais pessoas a entrar no país do que saindo), a população alemã aumentou em 1,14 milhões de habitantes em 2015 e mais 750 000 em 2016, para atingir o recorde histórico de 82,8 milhões no final de 2016, segundo estimativas preliminares do Destatis.

Com uma taxa de fertilidade de 1,6 nascimento por mulher, bem abaixo da taxa de substituição populacional de 2,1, a Alemanha irá necessitar de um influxo permanente de 300 000 migrantes por ano a fim de manter estável o nível da população actual até o ano 2060, segundo o documento.

O documento torna saliente a necessidade de integrar rapidamente os migrantes no mercado de trabalho, de modo que possam começar a contribuir para o sistema de bem estar social. «Com base em experiências passadas, isto não será nada fácil e levará bem mais tempo do que o esperado inicialmente», admite o documento. «O sucesso será visível somente a médio e a longo prazo».

Uma pesquisa recente realizada pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung constatou que as 30 maiores empresas alemãs empregam apenas 54 refugiados, incluindo 50 que foram contratados como entregadores do provedor de logística Deutsche Post. Os executivos da empresa dizem que o principal problema é que os migrantes não possuem qualificações profissionais e conhecimento da língua alemã.

De acordo com o Departamento Federal do Trabalho, o nível educacional dos migrantes recém-chegados na Alemanha é bem mais baixo do que o esperado: apenas um quarto tem diploma do ensino médio, ao passo que três quartos não têm nenhuma formação profissional. Somente 4% dos recém-chegados à Alemanha são altamente qualificados.

Por agora a grande maioria dos migrantes que entraram na Alemanha em 2015 e 2016 estão sob a tutela do estado alemão. Os contribuintes alemães pagaram aproximadamente US$ 23,4 bilhões de ajuda aos refugiados e candidatos a asilo em 2016 e irão pagar um montante mais ou menos igual em 2017.

Um documento do Ministério da Fazenda revelou que a crise migratória pode custar aos contribuintes alemães US$ 101 bilhões até 2020. Cerca de US$ 27,73 bilhões seriam gastos em programas sociais como seguro de desemprego e apoio à habitação. Cerca de US$ 6,15 bilhões seriam destinados a cursos de línguas e US$ 4,96 bilhões para a integração dos refugiados no mercado de trabalho.

A migração em massa também aumentou a procura pela habitação, pressionando para cima os custos de arrendamento para os alemães comuns. Cerca de 350 000 novos apartamentos são necessários por ano para levar em conta a procura, mas apenas 245 000 apartamentos foram construídos em 2014 e 248 000 em 2015, segundo o Rheinische Post.

Enquanto isto, os migrantes cometeram 208 344 crimes em 2015, segundo um relatório da polícia. Este número representa um salto de 80% em relação a 2014, o que significa cerca de 570 crimes cometidos por migrantes por dia, ou seja: 23 crimes a cada hora, entre Janeiro e Dezembro de 2015.

Um documento tirado da inteligência alemã alertou que a migração em massa do mundo muçulmano terá como consequência o aumento da instabilidade política no país. O documento alertou que «será impossível integrar centenas de milhares de imigrantes ilegais dados os enormes contingentes envolvidos e as sociedades paralelas muçulmanas já existentes na Alemanha». O documento acrescenta:

«Estamos a importar o extremismo islâmico, o anti-semitismo árabe, conflitos nacionais e étnicos de outros povos, bem como um entendimento diferente de sociedade e lei. As agências de segurança alemãs não têm condições de lidar com estes problemas de segurança importados e as consequentes reacções da população alemã».

Em entrevista concedida ao jornal Die Welt, um funcionário superior de segurança, que não se quis identificar, especificou:

«A entrada em massa de pessoas dos mais diferentes cantos do planeta levará o nosso país à instabilidade. Ao permitir esta migração em massa estamos a gerar extremistas. A sociedade inserida no contexto da maioria da população está-se a radicalizar pelo facto de não querer a migração, que está a ser imposta pelas elites políticas. No futuro muitos alemães irão afastar-se do estado de direito».

Um recente levantamento do YouGov constatou que 68% dos alemães acreditam que a segurança no país se deteriorou devido à migração em massa. Cerca de 70% dos entrevistados responderam que temem pelas suas vidas e pelos seus bens nas estações de comboios e metro na Alemanha e que 63% se sentem inseguros em grandes eventos públicos.

Uma pesquisa de opinião realizada pela INSA constatou que 60% dos alemães acreditam que não há lugar para o Islão na Alemanha. Quase metade (46%) dos entrevistados disseram estar receosos relativamente à «islamização» na Alemanha.

No entanto, se a eleição alemã fosse realizada hoje, Angela Merkel conquistaria facilmente mais um mandato de quatro anos como chanceler. Uma pesquisa de opinião realizada pela INSA encomendada pelo Bild em 2 de Fevereiro constatou que o Partido de Merkel, União Democrata-Cristã (CDU) agora no poder, venceria com 33% dos votos contra 27% para o Partido Social-Democrata de centro-esquerda (SPD) e 9% para o partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AFD).

Cálculo da população muçulmana da Alemanha

A Alemanha já compete com a França pela maior população muçulmana da Europa ocidental.

O aumento da população muçulmana na Alemanha está a ser alimentado pela migração em massa. Estima-se que 300 000 migrantes chegaram à Alemanha em 2016, isto fora mais de um milhão que chegou em 2015. Pelo menos 80% (800 000 em 2015 e 240 000 em 2016) dos recém-chegados eram muçulmanos, de acordo com o Comité Central de Muçulmanos da Alemanha.

Além dos recém-chegados, a taxa de crescimento da população muçulmana que já reside na Alemanha é de aproximadamente 1,6% ao ano (77 000), de acordo com dados extrapolados de um estudo realizado pelo Pew Research Center sobre o crescimento da população muçulmana na Europa.

Com base nas projecções do Pew, que foram proferidas antes da actual crise migratória, a população muçulmana na Alemanha chegaria a um número estimado de 5 145 milhões de pessoas até o final de 2015.

Adicionando os 800 000 migrantes muçulmanos que chegaram à Alemanha em 2015 aos 240 000 que chegaram em 2016, somados ao aumento natural de 77 000, a população muçulmana na Alemanha saltou 1 117 000, atingindo segundo estimativas 6 262 000 até o final de 2016. Isto equivale a aproximadamente 7,6% da população total da Alemanha de 82,8 milhões.

A população muçulmana na Alemanha poderá atingir 20 milhões já em 2020 segundo o presidente da Associação das Municipalidades Bávaras (Bayerische Gemeindetag), Uwe Brandl. A sua previsão baseia-se nas assim chamadas reunificações familiares – pessoas cujos pedidos de asilo serão aprovados irão subsequentemente trazer em média de quatro a oito membros da família para a Alemanha.

Há mais de uma década o historiador Bernard Lewis alertou que, se as propensões migratórias actuais continuarem, a Europa será islâmica até ao final do século XXI. As elites políticas da Alemanha estão na vanguarda de tornar esta previsão uma realidade.


Tradução: Joseph Skilnik