João
José Brandão Ferreira,
Oficial Piloto Aviador 31/03/18
«Pai, perdoa-lhes, pois
eles não sabem o que fazem».
Jesus Cristo (Lucas,
23:34)
Foi anunciado esta
semana – a Semana Santa – (curiosa coincidência), que o malfadado executivo da
Câmara de Lisboa, vai inaugurar «Salas de Chuto assistido», onde os pobres de
espírito herdeiros de um «roussionismo» serôdio possam, higienicamente,
darem-se às suas práticas nojentas e suicidárias.[1]
Recuso-me a colaborar e
a ficar calado, com mais esta decisão subversiva, negregada e criminosa para a
sociedade onde me insiro.
Mais uma, das muitas
postas em prática por uma cáfila de «engenheiros sociais», que se entretêm, faz
décadas, a desmontar os valores ancestrais em que a vida em sociedade e o progresso
social sempre se apoiaram.
O que tem tido especial
incidência nos países e povos de matriz cristã.
Tudo isto está
profundamente errado.
Mas agora e à cabeça,
criou-se uma situação de contradição insanável, que passo a descrever.
A diarreia legislativa,
maioritariamente fraca de qualidade, que os governos e parlamentos portugueses
derramam há décadas, sobre os anestesiados e baralhados contribuintes,
aprovaram uma lei que continua a criminalizar o tráfico de drogas (enfim, de um
modo brando), ao mesmo tempo que despenalizaram o consumidor, o qual só passará
a ser considerado traficante se for encontrado com uma determinada quantidade
do produto tóxico, tido como superior ao necessário para a sua dose diária, ou
seja, passível de ser vendido.
Ora sendo o tráfico um
crime como é que se pode abastecer os viciados, os quais, lembramos, podem
consumir à vontade sem receio de serem punidos?
Lei perversa pois obriga
o consumidor a cometer um crime que é o de ir comprar a droga…
Ou será isto apenas,
como parece, apenas um passo intermédio para a legalização do tráfico, ou seja
para a droga ser vendida sem rebuços, na «drogaria» da esquina, como quase já
acontece com a «canábis», com o disfarce da utilização medicinal?
Outra contradição
insanável é ver como, de há anos a esta parte, forças políticas, jornalistas e
comentadores (e notem a quase unanimidade do que vem a público e do que é
calado), passaram a desancar nos fumadores e nos que bebem álcool (porque não
nos viciados no jogo?), com uma sanha nunca vista, e se mostram tão
benevolentes para com a cáfila de drogados que por aí abunda, a ponto de se ter
acabado com a censura social associada a tão degradante espectáculo?
E porque é que não há
regras estritas para impedir que drogados possam ter acesso a um conjunto de
profissões e funções, pois representam um perigo público no seu exercício?
Com a agravante de toda
a gente saber que as consequências do vício da droga ser muito mais grave e
prejudicial do que o consumo do tabaco e do álcool!
Vivemos pois, uma enorme
mentira misturada com ilusionismo social, cujo cúmulo é a existência de tráfico
de droga dentro dos estabelecimentos prisionais!
Aos «bem pensantes»
ficam ainda com pele de galinha quando se invectivam estes desgraçados (alguns
dos quais bem postos na vida), com adjectivos que lhes assentam bem.
Preferem dizer que são
doentes e precisam ser tratados…
Concedo que sejam
doentes, mas por serem tarados, não por serem drogados. Pois que se há-de dizer
de pessoas que induziram ou infligiram doenças neles próprios, ao caírem no
logro do vício e da dependência?
Tudo isto numa sociedade
que coloca a «Liberdade individual» em tão altos píncaros. Ora um viciado deixa
de ser uma pessoa livre…
Não foram eles que se
desrespeitaram a si próprios e atraíram o opróbrio sobre si mesmos?
Ora todo este estado de
coisas tem tido a nefasta conivência de muitos políticos (alguns deles antigos
experimentadores ou viciados), por acção ou –omissão; das televisões e de
Hollywood – onde deve existir a maior concentração de viciados do mundo
inteiro, por metro quadrado – por exporem às escâncaras as misérias humanas;
ensinarem a fazer; ignorarem a pedagogia e não terem uma palavra de condenação.
As famílias estão meio
destruídas (e «pour cause») e a escola virou uma desordem institucional, só
para ficarmos por aqui.
Neste âmbito como
noutros, a tão badalada Declaração Universal dos Direitos do Homem é vã e de
nada vale (é até contraproducente) sem a Carta dos Deveres dos mesmos…[2]
*****
O que se passa,
nomeadamente com esta estúpida decisão é ainda um péssimo exemplo social, já
que configura a vitória do vício perante a virtude; o pactuar com práticas
erradas e nefastas; a emissão de sinais errados para os cidadãos, nomeadamente
os jovens; a aceitação de que o crime e o erro compensam; o incentivo a
práticas ilegais; a desresponsabilização militante; a conformação com a
desmoralização, etc..
Um etc. longo e penoso.
Mas parece que se perdeu a vergonha na cara!
Veja-se o ponto onde
chegámos: as excursões de finalistas dos liceus na época pascal (coincide
novamente com a Páscoa…), passaram a ser paradas e revistadas pelas Forças de
Segurança, que procuram droga, objectos contundentes e artefactos pirotécnicos
(e seguramente não se eximem a recomendar anticontraceptivos…), e os hotéis começaram
a não os aceitar, pois as férias transformaram-se em orgias onde vale tudo,
face á libertinagem e desregramento em que se passou a viver! É que o que
recebem não dá para cobrir os danos nas instalações…
Já não bastava
assistirmos à pouca vergonha das claques dos grandes clubes de futebol «marcharem»
para os estádios escoltados por esquadrões de polícias armados até aos dentes!
E eu como cidadão tenho
que me sujeitar a aturar e a pagar tudo isto?
Sim, porque «tudo isto»
e agora voltamos às Salas de Chuto (que nome escabroso), é pago pelo justo
contribuinte, não pelo pecador o que, já agora, configura uma injustiça.
Ou não será assim?
Há muito que a podridão
convive connosco e nós deixamos. Há décadas que na baixa de Lisboa e Porto, há
mais vendedores de droga do que carteiristas, os quais não têm qualquer pejo em
oferecer o produto ao passante. Agora a prática recrudesceu com o aumento do
turismo, o qual também já está a passar os limites do bom senso.
Onde andará a polícia?
Presume-se que a tentar multiplicar o número de associações e sindicatos, para
poderem reivindicar e usufruir dos respectivos direitos…
Mas porque não farão tal
(o que a própria lei incentiva) se, quando pretendem actuar vêm a sua acção, o
mais das vezes, solapada por políticos, «observatórios», associações para a
defesa de tudo e mais alguma coisa e, até, de Procuradores e Magistrados?
Que mau aspecto de país
em que Portugal se transformou!
E sabendo-se os negócios
ilícitos que o tráfico de droga alimenta; a desgraça e o sofrimento que leva às
famílias; o incentivo ao roubo e à agressão que o consumo potencia – para já
não falar na degradação humana que acarreta – como se pode admitir que os
poderes públicos fechem os olhos perante todo este cenário infernal e não
combatam com todas as suas forças, todas as situações e aqueles que nelas estão
envolvidos?
E como entender que a
maioria da população e das instituições nacionais, empresas, etc., sejam tão
tolerantes a este descalabro que nos devia levar a pintar a cara de preto?
Já não há pachorra para
o maldito do política e socialmente tido como correcto e para as ideias
degeneradas de adiantados mentais armados em «práfrentex», que se gostam de
assumir como esquerdalhos, mas que apenas são poias em formas poliédricas de
caca!
Só há uma maneira de
combater o tráfico, é à moda de Singapura. Para grandes males, grandes
remédios.
E quanto aos
consumidores o que é necessário fazer é substituir as Salas de Chuto (que nome
escabroso) – não por clinicas de desintoxicação a preços caros (o que configura
mais um negócio…) – por «colónias de férias assistidas», onde os «utentes»
fossem perdendo o vício paulatinamente «assistidos»: acampavam em tendas;
tinham alvorada pelas 06:00 horas e ida para a caminha às 22:00 horas; faziam
desporto obrigatório; tratavam dos animais e das plantas com que se
alimentariam; cuidavam das latrinas e tomavam duche diário frio.
Quando saíssem teriam de
prestar trabalho cívico (duro) durante um ano (ou mais tendo em vista o tempo
de recuperação) e assinavam um documento com aviso sério quanto a futura pena
por reincidência.
E iam para o Céu, pois o
Senhor lhes perdoaria.
O Mal tem de ser chamado
de Mal, e o Bem de Bem! Eis tudo.
Calculo que em dois anos
o problema estaria resolvido e até o nosso querido e bem comportado Secretário-Geral
da ONU acharia uma iniciativa «interessante» para a paz no planeta e nosso não
menos querido PR ficaria satisfeito só de pensar na quantidade de «selfies» que poderia tirar com cada um
dos recuperados.
Quem quer apostar?
[1] «Roussionismo»,
neologismo, derivado de Jean Jacques Rousseau.
[2] Que não existe…